O mercado de galpões logísticos caminha para bater recorde de locações em 2025, puxado, principalmente, pelo ciclo de investimentos em centros de armazenamento e distribuição de mercadorias para o comércio eletrônico. Os galpões alugados ao redor do Brasil entre janeiro e setembro de 2025 totalizaram uma área de quase 3 milhões de metros quadrados (algo como 375 campos de futebol), superando as locações nos anos inteiros de 2024 e 2023, de acordo com levantamento da consultoria CBRE. O pico de locações foi em 2022, com 3,5 milhões metros quadrados.
“Tudo indica que teremos o maior ano da história em termos de absorção”, estimou o diretor da CBRE, Fernando Terra, em entrevista à Coluna. “O ano está sendo maravilhoso. É uma surpresa positiva, porque começamos o ano um tanto preocupados com os possíveis impactos do juro alto nos negócios”, ponderou. Apesar das dificuldades da economia brasileira, a corrida das varejistas tem sustentado a demanda. Até aqui, 64% dos galpões foram locados diretamente pelas empresas de comércio eletrônico ou por operadoras de logística a serviço dessas varejistas. “O comércio está muito forte e isso tem ajudado muito o mercado”, disse Terra.
Em média, os espaços vagos nos galpões no País caíram para 7,9% da área total disponível no fim do terceiro trimestre, patamar abaixo dos 9,5% do fim do ano passado. Em São Paulo, a vacância bateu em 8%. Segundo o diretor da CBRE, isso mostra que há demanda pelos imóveis que estão sendo inaugurados, o que serve de incentivo para o desenvolvimento de novos projetos. Leia-se aí: o setor permanecerá aquecido no curto a médio prazo.
Entregas em SP devem ser históricas
No Estado de São Paulo – onde estão metade dos galpões do País – 2026 tende a registrar um recorde em termos de entrega de imóveis. A CBRE estima que há 2,1 milhões de metros quadrados de imóveis que ficarão prontos no ano que vem, sendo que 400 mil metros quadrados já estão pré-locados. “Para 2026, tem operações grandes que vão entrar no mercado. Mesmo que o ano seja mais complicado em função de eleições, o mercado logístico ainda estará bem devido às grandes locações já assinadas”, estimou o executivo.
O diretor da CBRE descartou sinais de bolha. “Não temos esse tipo de preocupação. O setor tem fundamentos para continuar crescendo, e notamos até falta de oferta de galpões em algumas áreas e uma demanda reprimida”, afirmou. Terra lembrou que o setor ficou com preços de aluguéis estagnados nos primeiros anos desta década, ao passo que os custos de construção subiram. Isso fez com que muitos empreendedores adiassem novos projetos por não conseguir alcançar o retorno esperado, quadro que está sendo revertido agora. “Os negócios só não foram maiores por falta de oferta, não por falta de demanda. Agora, o preço de aluguel está subindo, e os novos projetos estão saindo do papel”, explicou.
Terra apontou ainda que as varejistas estão buscando ganhar capilaridade, isto é, estão abrindo centros de distribuição em cidades de grande e médio porte no interior do País, com o intuito de realizarem entregas mais rápidas. Nesse cenário, Estados como Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina vêm crescendo acima da média em termos de locações e novos projetos.
Esta notícia foi publicada na Broadcast+ no dia 23/10/2025, às 15:29
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Fonte: Estadão

