15 Jun 2022THAÍS BARCELLOS
Reunidos ontem em assembleia, os servidores do Banco Central decidiram manter a greve iniciada em 1.º de abril. Segundo o presidente do Sindicato Nacional de Funcionários do BC (Sinal), Fábio Faiad, a decisão teve o apoio de 80% dos presentes.
O movimento dos servidores do BC tem prejudicado serviços e divulgações da autarquia. A reunião deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom) – que começou ontem e que deve anunciar hoje um novo aumento da Selic (a taxa básica de juros) – está acontecendo sem antes a autarquia ter divulgado as expectativas mais recentes do mercado no Boletim Focus, que tem variáveis importantes para o modelo de inflação do colegiado.
A greve no BC continua mesmo após o governo ter confirmado que os servidores não terão reajustes salariais este ano, algo que o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, já havia antecipado aos funcionários do órgão em reunião com os sindicatos no início de junho, segundo Faiad.
Depois disso, a categoria reduziu a demanda de recomposição salarial em 2022, de 27% para 13,5%, segundo o Sinal. Mas os servidores também pedem um bônus de produtividade, a exemplo da reivindicação que chegou a ser feita por servidores da Receita Federal.
Além disso, foi enviada ao Ministério da Economia proposta de minuta com a pauta não salarial dos servidores do BC, com pontos como exigência de ensino superior no concurso para todos os cargos e classificação da carreira como típica de Estado. Segundo funcionários, o clima internamente seria de insatisfação com a forma com que o tema estaria sendo conduzido pelo ministério. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

