As debêntures isentas indexadas ao IPCA devem se consolidar neste ano como o ativo de dívida livre de cobrança de imposto mais procurado pelos investidores, segundo a avaliação da gestora Legacy.
Considerando uma “forte agenda de investimentos em infraestrutura” e mudanças recentes na regulamentação de títulos como certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA), os gestores apostam tanto em um aumento de emissões de debêntures incentivadas como na consolidação da demanda dos investidores.
“Desde meados de 2023 temos chamado atenção para a atratividade das debêntures de infraestrutura. Historicamente, é muito raro termos uma conjuntura como a de agora, que une juros reais elevados (ainda em torno de IPCA + 5,5% nos vértices intermediários da curva de NTNBs) com spreads de crédito ainda atrativos”, afirma a gestora em carta enviada a clientes nesta semana.
Do lado das emissões, um dos fatores que devem impulsionar o aumento das operações é a recente mudança aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) que restringiu as emissões de CRIs e CRAs. A Legacy estima que cerca de 50% dos R$ 84 bilhões de emissões de CRIs e CRAs feitas em 2023 não seriam elegíveis na regra nova.
“O fato de que algumas empresas dos setores de saúde e de educação não poderãomais emitir CRIs pode acelerar o aumento de emissão de debêntures isentas pelas maiores empresas desses dois setores”, diz um trecho da carta.
De maneira geral, afirmam, o que dá para esperar em 2024 é um ano com menor volatilidade dos preços dos ativos, menos eventos de crédito, mais entradas de recursos em fundos e a retomada das emissões de debêntures para um nível próximo aos volumes recordes observados entre 2021 e 2022.
“2024 deverá ser um ano de retornos bem melhores para os investidores dos fundos de crédito privado do que os retornos vistos em 2023. Estamos animados com o retorno do Asset Class tanto no mercado local como no mercado de bonds”, afirma a Legacy.
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— Foto: Pixabay
Fonte: Valor Econômico

