Os acionistas da DXA Invest recompraram uma participação de 20% na gestora do TC (Traders Club), plataforma e educação financeira, análise de dados e inteligência do mercado de capitais. A fatia havia sido vendida em 2021. O acordo inclui um pagamento inicial de R$ 5 milhões, e o restante em parcelas futuras, podendo chegar a R$ 20 milhões. Com o negócio, a DXA está expandindo suas operações e criando, além da gestora de private equity, uma plataforma de ativos privados, com o nome de Dealboard by DXA.
Segundo Oscar Decotelli, CEO do novo DXA Group, que agora reúne os dois braços, o processo de reestruturação começou há cerca de um ano, ao perceber que havia essa lacuna no mercado de investimentos em ativos privados. Ele afirma que, portanto, a Dealboard é a primeira do país a oferecer o serviço de carteiras administradas no segmento de alternativos, que inclui, por exemplo, private equity, venture capital, mercado imobiliário e até ativos estressados – que passam por problema de liquidez, recuperação judicial e falência.
O investimento mínimo é de R$ 50 mil e o foco são gestores e consultores de divisões de administração de fortunas e multifamily offices. “Nosso objetivo é o B2B. Criamos uma ferramenta para os profissionais do mercado, que poderão ter carteiras administradas personalizadas”, diz Decotelli. “Os fundos genéricos já estão nas plataformas tradicionais e não fazem parte de nossa área de atuação.”
O CEO conta que, quando começou a elaborar o projeto de expansão, foi buscar oportunidades de associação a outras plataformas no mundo, mas percebeu a falta de alternativas. Ele, então, decidiu fundar a Dealboard by DXA nos Estados Unidos, onde os primeiros clientes foram captados. Quatro gestoras, incluindo duas internacionais, já firmaram contrato com a empresa, que, dessa forma, diz Decotelli, está envolvida em projetos de US$ 100 milhões. “Podemos atuar de forma diferente para cada cliente, por exemplo via software ou soluções de gestão.”
O executivo frisa que a expansão do grupo não vai interferir na linha de atuação a DXA Invest, que tem R$ 1 bilhão em fundos que investem em “growth equity”, uma espécie de meio do caminho entre venture capital e private equity. Para ele, a demanda por investimentos alternativos se mantém independentemente do momento macroeconômico, atualmente pouco favorável a ativos de risco, diante da demora no corte de juros nos Estados Unidos. “É um momento mais ‘seco’, mas as ferramentas de investimentos vieram para ficar.”
Fonte: Valor Econômico

