Gestoras como Advent, Bain e Coruja, além da Dasa, olham o ativo avaliado em até R$ 15 bilhões
Por Beth Koike — De São Paulo
A venda da operadora de planos de saúde Amil e a rede formada por 31 hospitais e 28 clínicas da UnitedHealth Group (UHG) tem entre os interessados as gestoras de private equity Advent e Bain Capital, além da Dasa, da família Bueno. Também circulam no mercado os nomes de Marcio Schettini (Coruja Capital e ex- Itaú), Nelson Tanure (Alliança) e José Seripieri Junior (ex- Qualicorp), segundo o Valor apurou.
Ainda segundo fontes, as propostas não vinculantes podem ser apresentadas até o fim desta semana, quando termina o prazo estipulado pelo BTG, que está assessorando a transação. Mas, nesses processos, é comum haver adiamento quando há chances de novas ofertas, ainda mais se considerando a complexidade do negócio, que já foi colocado à venda várias vezes.
A operação brasileira da UHG é avaliada entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões (sem considerar a carteira de planos individuais, que é deficitária), segundo o BofA. No primeiro semestre, a Amil teve prejuízo operacional de R$ 1,6 bilhão e prejuízo líquido de R$ 866 milhões – o pior resultado do setor.
As duas gestoras que estão olhando o ativo têm experiência em saúde. A Advent foi acionista de referência do Fleury, entre 2015 e 2017, e a Bain liderou um forte processo de expansão na Intermédica por quase dez anos. Ainda segundo fontes, a Bain teve conversas com Irlau Machado, ex-CEO da operadora, para que o executivo lidere a Amil, caso o negócio evolua.
A Dasa tem preferência nas conversas e uma relação próxima com a UHG. A família Bueno, que vendeu a Amil há dez anos, é uma das maiores acionistas individuais da gigante americana, com 1% a 2% da companhia. No passado, houve conversas para uma aquisição do ativo brasileiro com troca dessas ações, mas essa possibilidade hoje é descartada pela UHG.
Um novo nome é o de Marcio Schettini que, por mais de 30 anos, foi do Itaú e após sua saída do banco criou a gestora Coruja Capital. Ele está montado um grupo de investidores para entrar na operação.
O fundador da Qualicorp é sempre citado em transações envolvendo a Amil, uma vez que já tentou ficar com a carteira de planos individuais da operadora e esteve reunido com os americanos da UHG no começo deste ano. Tanure, que também participou desses encontros, costuma entrar em grandes transações em parceria com o banco Master, mas é incerto que vá fazer uma oferta formal.
Procurados, os citados pela reportagem informaram que não comentam rumores de mercado. Bain e Machado não foram localizados para comentar.
Fonte: Valor Econômico