Por Estevão Taiar, Valor — Brasília
09/11/2023 17h10 Atualizado há 18 horas
O Ministério da Fazenda avalia que a atividade econômica vem perdendo mais força do que era esperado. Por isso, pode revisar para baixo as suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) tanto deste ano, quanto do próximo. Atualmente, a pasta projeta altas de 3,2% e 2,3% para 2023 e 2024, respectivamente.
“A frustração veio principalmente do setor de serviços”, disse uma fonte, nesta quinta-feira (9), ao Valor. “Mas, em geral, todos os indicadores mostraram boa desaceleração no terceiro trimestre.”
Um dos motivos para essa desaceleração, de acordo a fonte, é a política monetária “batendo no consumo e na confiança dos agentes econômicos”. Mas a confiança também vem sendo impactada negativamente pelo setor externo, com a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas e o aumento, nos últimos meses, das taxas de juros longas nos Estados Unidos.
Nesse cenário, o crescimento menor do que o previsto neste ano afetaria também a expansão calculada para 2024, por meio de uma herança estatística menor. Os números oficiais do Ministério da Fazenda serão atualizados na nova grade de parâmetros macroeconômicos no fim deste mês. As informações servem para a pasta calcular outra variáveis, como a arrecadação federal.
As projeções medianas do mercado para o crescimento da economia neste e no próximo ano são 2,89% e 1,5%, segundo a edição mais recente do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC). Por sua vez, a autoridade monetária calcula altas de 2,9% e 1,8%, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado no fim de setembro.
O Ministério da Fazenda ainda projeta oficialmente que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará em 4,85% neste ano e em 3,4% no próximo, de acordo com a grade de parâmetros mais recente, divulgada no fim de setembro.
A pasta também calcula que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) será de 4,36% e 3,21%, respectivamente. Já as estimativas para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) são -3% e 4%.
Fonte: Valor Econômico

