Por Dow Jones Newswires — Atlanta
07/12/2022 10h13 Atualizado há 39 minutos
O candidato a reeleição para o senado do Estado americano da Geórgia, o democrata Raphael Warnock, venceu a disputa de segundo turno contra o candidato republicano Herschel Walker e aumentou a maioria do Partido Democrata no Senado dos Estados Unidos
Segundo a “Associated Press” (AP), com 96% dos votos apurados, o Warnock obteve 50,8% dos votos ante 49,2% para Walker.
A disputa foi acompanhada de perto pelos dois partidos. O resultado de terça-feira trará pistas sobre a direção política da Geórgia após uma série de duras disputas para governador, senador e presidente nos últimos ciclos eleitorais.
“Depois de uma campanha árdua – ou devo dizer campanhas – é minha honra pronunciar as três palavras mais poderosas já ditas em uma democracia: o povo falou”, disse Warnock a uma multidão em seu discurso de vitória.
Walker admitiu derrota em breves comentários aos apoiadores, pedindo que seus eleitores continuem votando e apoiando seus candidatos, mas não mencionou o nome do Warnock.
“Não há desculpas na vida e não vou dar nenhuma agora porque lutamos muito”, disse ele.
A vitória de Warnock significa que os democratas controlarão o Senado por 51 assentos contra 49 a partir de janeiro, aumentando ligeiramente sua vantagem na casa, que controlam desde o início de 2021, quando Warnock foi eleito pela primeira vez junto a seu colega democrata da Geórgia, o senador Jon Ossoff.
A vitória significa que os democratas terão o controle absoluto dos comitês do Senado e não terão mais que aderir a um acordo para compartilhar o poder com o Partido Republicano. Warnock foi o primeiro negro eleito pela Geórgia para o Senado dos Estados Unidos. Seu oponente republicano, Walker, também é negro.
A vitória do democrata John Fetterman sobre o republicano Mehmet Oz na Pensilvânia em novembro deu aos democratas o controle do Senado, com uma divisão de 50 assentos para cada partido – com os democratas tendo o voto de Minerva com a presidente do Senado e vice-presidente dos EUA, Kamala Harris. A vitória de Warnock dá ao partido da situação mais força para aprovar pautas sem precisar cortejar senadores mais independentes.
Sob o atual acordo de compartilhamento de poder, os democratas foram impedidos de emitir intimações sem o apoio do Partido Republicano. Agora, os presidentes dos comitês poderão emitir intimações e fornecer um contrapeso para uma Câmara liderada pelo Partido Republicano, que planeja investigações agressivas contra o presidente Biden, sua família e seu governo.
Os comitês do Senado estão atualmente divididos igualmente, mas a vitória de Warnock dá aos democratas uma estreita maioria em cada grupo de trabalho.
Os democratas também terão um pouco mais de flexibilidade para aprovar leis. Nos últimos dois anos, os legisladores manobraram projetos partidários de lei através do Senado dividido igualmente, mas a aprovação das legislações exigiam que todos os democratas votassem igual. Isso deu força aos senadores mais independentes como Joe Manchin e Kyrsten Sinema, que forçaram o partido a fazer grandes mudanças e cortes em sua lei tributária, de saúde e climática, originalmente apelidada de Build Back Better. Uma cadeira a mais dá a cada senador menos influência sobre a agenda.
A vitória de Warnock ocorreu após quatro semanas de campanha intensa no segundo turno, exigida pela lei da Geórgia depois que nenhum dos candidatos obteve mais de 50% dos votos na eleição de 8 de novembro.
Fonte: Valor Econômico