Por Bloomberg
08/01/2024 05h01 Atualizado há 5 horas
O segmento de imóveis comerciais na China, que já teve uma fase de grande prosperidade, está dando sinais de fraqueza, contribuindo para as perspectivas ruins para o setor imobiliário da segunda maior economia do mundo.
As taxas de vacância no armazenamento logístico de alta qualidade no leste da China deram um salto no quarto trimestre de 2023, segundo a Cushman & Wakefield. Esse tipo de armazenamento já foi um dos mais valorizados no país. Somente em Xangai, a taxa de vacância passou de 9,8% no terceiro trimestre para 15% no quarto trimestre, segundo dados reunidos pela Cushman.
“A vacância no armazenamento logístico pode ser um bom reflexo da atividade econômica porque seus inquilinos incluem empresas das áreas industrial, comercial e de comércio eletrônico”, diz Tony Su, que supervisiona a operação de logística da Cushman no leste da China. A mudança de ritmo no setor demonstra que a demanda está caindo nos investimentos, exportações e consumo, citados como os “três motores” do crescimento chinês.
A recuperação econômica do país continua sob pressão da demanda fraca e uma crise imobiliária persistente, apesar da maior dose de estímulo fiscal e monetário no ano passado.
Em dezembro, um indicador da atividade industrial recuou. Na quinta-feira, no entanto, um indicador do serviços deu alguns sinais de expansão. Economistas acreditem que o PIB chinês tenha crescido 5,2%, no quarto trimestre ante 4,9% do terceiro trimestre. Mas a queda do mercado de logística é mais um sinal de uma recuperação fraca.
Além do salto em Xangai, a taxa de vacância aumentou 1,7 ponto porcentual para 21,6% e em 1,2 ponto para 17,2% nas províncias vizinhas de Zhejiang e Jiangsu. As três regiões estão entre os quatro maiores mercados de logística da China, segundo Su.
Os centros de logística estão entre os ativos comerciais mais procurados na China. Mesmo quando a economia da China desacelerou durante a pandemia de covid-19, o aumento das compras online desencadeou uma procura por espaços de armazenamento e outras infraestruturas do tipo.
O salto abrupto das taxas de vacância sugere uma “grande virada” no mercado, diz Su. Para o ano como um todo, a vacância no armazenamento logístico no leste da China aumentou mais de 50% em relação a 2022, para 18%, o maior número desde pelo menos 2018, conforme cita a Cushman.
Os preços dos alugueis caíram em Xangai e em Zhejiang no quarto trimestre, e permaneceram inalterados em Jiangsu, sugerindo que o aumento da vacância resultou mais da redução da demanda.
Fonte: Valor Econômico

