A demanda por data centers tem puxado o setor imobiliário no país e deve passar a movimentar US$ 3,5 bilhões (R$ 19 bilhões) ao ano até 2030, frente aos US$ 2,07 bilhões (R$ 11 bilhões) registrados em 2024. A expansão anual de 11% sustentada vem da adoção acelerada de inteligência artificial, 5G, internet das coisas, big data e computação em nuvem, aponta estudo da Newmark.
Essas tecnologias tornam a infraestrutura de dados um pilar relevante da economia, com a demanda potencializada pelos quase 200 milhões de usuários de redes sociais e plataformas eletrônicas no país, além da migração de empresas para serviços de colocation, que oferecem espaço, energia e conectividade terceirizados.
No Brasil, o setor é considerado moderadamente consolidado pela Newmark, com 10 grandes companhias dominando o mercado: Ascenty, Scala, Cirion, Quântico, Ipxon, Odata, Equinix, Takoda, Tecto e Elea. O grupo soma 700 MW de potência instalada e 440 mil m² de área construída. Com os empreendimentos em andamento, a capacidade pode ultrapassar 1.500 MW e quase um milhão de m².
Provedores de nuvem globais, como AWS, Microsoft, Google e Oracle, também estão investindo na construção de infraestruturas no país, que lidera o segmento na América Latina com 183 centrais de dados em operação, concentrados no Sudeste.
A região de Campinas, dominada pela Ascenty, desponta como maior polo nacional de processamento, seguida por Barueri, com a Scala, enquanto o Rio abriga operações de cinco dos maiores players. Apesar disso, a Newmark identifica um movimento de descentralização em direção a Nordeste, Centro-Oeste e Sul, atraído por incentivos fiscais, menor custo de terrenos e maior disponibilidade de energia.
Fortaleza, por exemplo, vem se consolidando como hub estratégico por ser um dos principais pontos de chegada de cabos submarinos que conectam a América Latina aos Estados Unidos e à Europa.
“O sucesso das empresas de data centers dependerá da capacidade de adaptação às novas demandas do mercado, garantindo eficiência, sustentabilidade e inovação”, diz a head de pesquisa e inteligência de mercado da Newmark, Mariana Hanania.
Globalmente, o mercado de data centers foi avaliado em US$ 169,4 bilhões em 2021 e deve atingir US$ 520,4 bilhões até 2030, crescendo a 12,29% ao ano, aponta a pesquisa. Empresas como Microsoft revisaram fortemente seus planos de investimento, destinando US$ 80 bilhões à construção de unidades preparadas para treinar modelos de IA e implantar aplicações baseadas em nuvem. No Brasil, o setor financeiro é um dos grandes motores, investindo perto de US$ 10 bilhões ao ano, com foco em automação, cloud e inteligência artificial.
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Fonte: Valor Econômico