Por Bloomberg
02/01/2023 10h40 Atualizado há 17 minutos
A economia da China encerrou 2022 em baixa, com uma forte queda nos gastos das empresas e dos consumidores em dezembro, e a expectativa é de mais rupturas nos primeiros meses de 2023, com o aumento de casos de covid-19 em todo o país.
Dados oficiais divulgados no fim de semana mostraram que o declínio na manufatura piorou no mês passado, enquanto a atividade no setor de serviços caiu mais desde fevereiro de 2020.
Separadamente, uma pesquisa privada junto a empresas feita pela China Beige Book International (CBBI) divulgada ontem sugere que a segunda maior economia do mundo se contraiu no quarto trimestre em termos anuais.
Os setores industrial, de serviços e imobiliário da China se enfraqueceram acentuadamente no quarto trimestre em consequência da covid-19, primeiro em virtude da rigidez da política de combate ao vírus e, depois, pelo súbito abandono das restrições, que levaram ao atual tsunami de casos.
Índices que medem lucros, receita e empregos nas empresas afundaram nos últimos três meses de 2022 em relação ao trimestre anterior e a um ano atrás, disse a CBBI. Os resultados são baseados em enquete com 4.354 empresas realizada no trimestre passado.
Os indicadores do setor imobiliário, incluindo transações e preços, caíram para perto de mínimas históricas, disse a CBBI.
Os números indicam que o PIB da China provavelmente se contraiu no quarto trimestre em termos anuais reais, e cresceu apenas 2% em todo o ano de 2022, disse a CBBI, provedora de dados econômicos independentes.
Economistas sondados pela Bloomberg preveem que o crescimento desacelerou para 2,9% no quarto trimestre e atingiu 3% em 2022.
“Com a onda de covid, queda nos investimentos para a mínima em dez trimestres e persistente fraqueza nos novos pedidos, uma recuperação significativa no primeiro trimestre parece cada vez menos realista”, disse Derek Scissors, economista-chefe da CBBI.
A reabertura repentina do país significa que a atividade econômica do primeiro trimestre também deve ser prejudicada, mas alguns economistas veem a possibilidade de uma recuperação mais rápida depois que o surto atingir o pico.
Indicadores de alta frequência na semana passada sugeriram sinais iniciais de uma recuperação na atividade em cidades como Pequim, onde as infecções provavelmente já pararam de aumentar.
Economistas preveem uma recuperação mais rápida e forte no fim de 2023. Após uma provável fraqueza no primeiro trimestre, o crescimento deve acelerar para 4,8% no ano, segundo a mediana das estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg.
Fonte: Valor Econômico

