Por Yongchang Chin, Bloomberg
26/06/2023 10h08 Atualizado há 12 minutos
O mercado global de petróleo enfrenta novos riscos com a revolta do grupo mercenário Wagner na Rússia, embora o impacto de curto prazo provavelmente seja moderado, disse o Goldman Sachs.
“O risco maior de menor oferta em algum momento pode colocar alguma pressão de alta nos preços”, disseram os analistas do banco Daan Struyven e Callum Bruce. Mas o impacto inicial deve ser limitado, acrescentaram.
O petróleo mudou de direção várias vezes nesta segunda-feira à medida que o mercado tenta precificar os eventos do fim de semana, que as autoridades dos EUA e Europa descreveram como um desafio sem precedentes ao controle do presidente Vladimir Putin.
Embora os embarques de petróleo da Rússia pareçam não terem sido afetados de imediato, o país é um dos principais exportadores mundiais e um membro fundamental da Opep+, junto com a Arábia Saudita.
“O risco de mais distúrbios civis na Rússia agora deve ser levado em consideração em nossa análise de petróleo para a segunda metade do ano,” disse Helima Croft, analistas do RBC Capital Markets.
O Goldman Sachs abordou uma lista de possíveis riscos de longo prazo. Como a rebelião foi iniciada em torno de Rostov-on-Don, no sul, à beira do mar de Azov, que deságua no mar Negro, a infraestrutura de petróleo naquela região pode enfrentar risco maior de interrupção ou bloqueio, afirmou o banco.
Além disso, dada a presença do grupo Wagner na Líbia, a milícia tem a capacidade de interromper a produção de petróleo lá também, disse o Goldman. Bloqueios — que poderiam limitar quase toda a produção de 1,1 milhão de barris por dia da Líbia — ocorreram no país várias vezes nos últimos cinco anos, segundo o Goldman.
Por outro lado, a OPEP+, incluindo a Arábia Saudita, poderia reduzir seus cortes de produção em resposta a qualquer grande queda nas exportações russas.
E se aumentarem as tensões entre Rússia e Arábia Saudita, os dois maiores produtores da aliança OPEP+, aumentos de produção poderiam ser decididos no âmbito da OPEP, o cartel original do qual a Rússia não faz parte, disse o banco.
Fonte: Valor Econômico

