Por Adriana Cotias, Valor — São Paulo
30/01/2024 19h28 Atualizado há 13 horasPresentear matéria
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A crise no mercado imobiliário chinês não deve se converter num novo “Lehman Brothers”, com repercussões globais, segundo avaliação de Luis Stuhlberger, executivo-chefe (CEO) e de investimentos (CIO) da Verde Asset Management.
Em evento do UBS, o gestor disse esperar um ajuste de preço de imóveis num intervalo de tempo dilatado, como se viu no Japão, e não marcado por um movimento brusco como se viu no colapso das hipotecas de alto risco nos Estados Unidos, em 2008.
Para uma crise aos moldes da disparada pela quebra do banco americano Lehman Brothers, os chineses teriam que parar de pagar as prestações, o que Stuhlberger acha difícil de acontecer porque não há financiamento farto para a compra de moradias como no caso dos EUA, e a população quer preservar um bem que lhe foi caro.
Com o PIB nominal subindo quase nada, os salários caindo e o pagamento das hipotecas, Stuhlberger disse que deve sobrar menos dinheiro para o consumo, mas não dramaticamente. “O resultado que vai gerar é que a China vai exportar deflação para o mundo.”
Diferentemente do Banco Central Europeu (BCE), que na gestão de Mario Draghi dizia que faria o que precisasse para manter a economia nos trilhos, a China tem apreço pela sua moeda, quer que seja uma referência, segundo Stuhlberger. “Você como gestor de ‘hedge fund’ nunca vai ganhar de governo nenhum porque eles fazem gol com a mão, muito menos do governo da China. Mas, em algum momento, a China vai se convencer de que o menor dos males é a desvalorização da moeda.”
Para o gestor, o maior erro foi não deixar o preço dos imóveis cair e agora essa política econômica cobra o seu preço com a mudança demográfica no país.
Fonte: Valor Econômico
