O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central diz, em ata divulgada nesta manhã, que tomou “por unanimidade” a decisão de subir os juros em 1 ponto percentual e de sinalizar altas na mesma magnitude nas suas duas próximas reuniões.
“O Comitê então decidiu, unanimemente, pela elevação de 1,00 ponto percentual na taxa Selic e pela comunicação de que, em se confirmando o cenário esperado, antevê ajuste de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”, afirma o documento.
Participantes do mercado financeiro haviam estranhado que, em comunicado divulgado na semana passado, o Copom havia excluído a expressão “por unanimidade”, que estava presente em versões anteriores do documento.
O BC subiu os juros de 11,25% ao ano para 12,25% ao ano em reunião na semana passada.
Segundo a ata, que a decisão da semana passada de subir os juros em 1 ponto percentual e indicar duas novas altas da mesma magnitude nas próximas reuniões foi embasada pela intenção de adotar uma “postura mais tempestiva” e possibilitada pela redução da incerteza.
“A magnitude da deterioração de curto e médio prazo do cenário de inflação exigia uma postura mais tempestiva para manter o firme compromisso de convergência da inflação à meta”, diz o documento.
“Vários riscos se materializaram tornando o cenário mais adverso, mas menos incerto, permitindo maior visibilidade para que o Comitê oferecesse uma indicação de como antevia as próximas decisões”, prossegue.
Segundo a ata, a piora no cenário inflacionário “demanda uma política monetária ainda mais contracionista”.
“O Comitê avaliou que houve uma deterioração adicional no cenário de inflação, como refletido nas expectativas e projeções de inflação”, diz o documento. “Concluiu-se que os determinantes de prazo mais curto, como a taxa de câmbio e a inflação corrente, e os determinantes de médio prazo, como o hiato do produto e as expectativas de inflação, se deterioraram de forma relevante.”
A ata detalha as discussões na semana passada sobre a alta de juro em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, e a indicação de duas elevações da mesma magnitude nos encontros de janeiro e março.
Fonte: Valor Econômico

