O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 2,1% em fevereiro ante janeiro, para 103,7 pontos, informou nesta quarta-feira (26) a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na comparação com fevereiro de 2024, o recuo do indicador foi de 5,4%, em fevereiro desse ano. No entendimento da organização, os empresários do setor mostraram-se “cautelosos e menos otimistas com a economia”, conforme descrito em comunicado sobre o índice.
Nos três principais tópicos usados para cálculo do Icec, houve recuos ou estabilidade em todas as comparações. Nenhum apresentou expansão. É o caso das quedas, em fevereiro ante janeiro, em condições atuais (4,4%); expectativas (1,7%) e intenções de investimentos (0,7%). Na comparação com fevereiro de 2024, esses mesmos tópicos registraram recuos de 10,1% de 6,4% e estabilidade, em fevereiro desse ano.
Em nota sobre o indicador, o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, comentou que a redução da confiança, observada em fevereiro, “é coerente com o ambiente de juros elevados e de trajetória mais complexa do que no início de 2024”. “Esses fatores seguem impactando as decisões do empresariado e exigindo cautela na condução dos negócios nos próximos meses. É algo a ser acompanhado de perto, já que o otimismo do setor é essencial para impulsionar os investimentos e gerar crescimento para o País”, completou.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, concordou. “Os comerciantes têm sentido muito o impacto da Selic alta, com a tendência de novos aumentos.”
“A prova disso é que na percepção atual do comércio as atividades que englobam os bens de maior valor agregado (eletroeletrônicos, móveis e decorações, cine/foto/som, materiais de construção e veículos) caíram 5,3% em relação a janeiro porque são eles os mais afetados pela evolução dos juros”, complementou o técnico.
Fonte: Valor Econômico

