Por Roberto Lameirinhas e Lucas de Vitta — De São Paulo
20/04/2022 05h02 Atualizado há 10 horas
A alta dos preços das commodities, uma das consequências da guerra na Ucrânia, levou à revisão para cima da projeção de crescimento para a economia brasileira, que passou de 0,3% para 0,8% em 2022, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Por outro lado, o FMI destaca que o ciclo de aperto monetário adotado pelo Banco Central para conter a inflação impede que o crescimento brasileiro seja maior.
“A revisão se deve muito ao apoio que a economia vem recebendo dos termos de troca positivos e do choque dos preços mais altos das commodities”, afirmou a diretora-adjunta do Departamento de Pesquisa do FMI, Petya Koeva Books, na entrevista coletiva que se seguiu à divulgação do relatório “Panorama Econômico Mundial”. “Além disso, as ligações diretas [do Brasil] com a Ucrânia e a Rússia, em termos de impacto da guerra, são bastante limitadas”, complementou Books.
Apesar da revisão para cima, o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, destacou que o Brasil deve ter um dos menores crescimentos da região. Em conjunto, a América Latina e o Caribe, por exemplo, devem crescer 2,5% neste ano, segundo as estimativas da entidade. Para o México, a previsão é de expansão de 2%.
Questionados sobre o impacto da eleição presidencial sobre a economia, os representantes do FMI afirmaram que não comentam eventos políticos, mas ressaltaram que, no geral, incertezas sobre eleições não são fatores positivos para o crescimento.
Fonte: Valor Econômico

