Vendas da farmacêutica vêm crescendo na pandemia, graças ao forte desempenho de produtos estabelecidos, como o tratamento para câncer de pulmão Tagrisso e o medicamento contra diabetes Farxiga
Por Dow Jones Newswires — Londres
11/10/2022 12h52 Atualizado há 2 dias
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AstraZeneca produziu uma das vacinas contra a covid-19 mais utilizadas no mundo Bloomberg
A AstraZeneca produziu uma das vacinas contra a covid-19 mais utilizadas no mundo. À medida que a demanda pela injeção diminui, a empresa aposta no combate ao câncer de mama e a um vírus respiratório diferente.
A farmacêutica injetou recursos no combate à covid-19, produzindo uma vacina e um remédio, chamado Evusheld. Agora, está reduzindo a produção de sua vacina, enquanto alinha sucessores de alguns remédios que ajudaram a impulsionar o crescimento da empresa nos últimos anos, mas estão chegando ao fim de sua proteção de patente.
“A vacina e o Evusheld foram importantes nos últimos dois anos”, disse Ruud Dobber, chefe da unidade biofarmacêutica da AstraZeneca. “Mas há muito mais.”
Vendas em alta
A boa notícia é que as vendas da AstraZeneca vêm crescendo durante a pandemia graças ao forte desempenho de produtos estabelecidos, como o tratamento para câncer de pulmão Tagrisso e o medicamento contra diabetes Farxiga.
Excluindo a vacina, sua receita em 2021 aumentou cerca de 26%, para US$ 33,4 bilhões, tornando-a uma das empresas farmacêuticas de maior crescimento em vendas, de acordo com Daniel Chancellor, analista da Citeline, uma empresa global de inteligência farmacêutica.
Além disso, a empresa tem dois medicamentos, um tratamento contra o câncer de mama chamado Enhertu e o tratamento do vírus sincicial respiratório (VSR) Beyfortus, que os analistas esperam que vendam bilhões de dólares. “Com a redução dos medicamentos mais antigos, eles podem substituir as receitas por novos produtos de crescimento? A vacina contra a covid-19 não é um desses”, disse Chancellor.
Concorrência
As apostas são altas porque Farxiga, o tratamento para câncer de ovário Lynparza e a pílula para o coração Brilinta, que juntos representaram US$ 7,2 bilhões da receita de US$ 37,4 bilhões da AstraZeneca no ano passado, começarão a perder a proteção de patente nos próximos cinco anos, provavelmente levando a uma concorrência que reduzirá as vendas.
A Enhertu, que gerou US$ 426 milhões em receita total no ano passado, pode faturar cerca de US$ 6 bilhões em vendas anuais totais até 2027, estimou o Credit Suisse. Sob seu acordo com a Daiichi, a AstraZeneca recebe metade dos lucros de todas as vendas da Enhertu fora do Japão. O Enhertu tem as aprovações “para ser um dos maiores medicamentos de todos os tempos”, disse Dave Fredrickson, que lidera a unidade de negócios de oncologia da AstraZeneca.
Beyfortus é um medicamento de anticorpos destinado a proteger bebês do VSR. No mês passado, um painel consultivo da Agência Europeia de Medicamentos endossou o Beyfortus, um passo que normalmente leva à aprovação regulatória. A AstraZeneca disse que planeja submeter o tratamento ao regulador Estados Unidos para revisão até o final do ano. O remédio geraria quase US$ 3 bilhões em receita até 2025 para a AstraZeneca e a parceira Sanofi, estimaram analistas da Citeline.
Fonte: Valor Econômico