A Sparta voltará a fechar fundos de infraestrutura para captação, depois de pouco mais de dois meses abertos, diante do ritmo acelerado de aportes. O Sparta Debêntures Incentivadas, com liquidez a cada 30 dias, suspendeu os depósitos ontem. Já o Sparta Debêntures Incentivadas 45, atualmente com R$ 500 milhões de patrimônio, deixará de receber novos aportes quando atingir R$ 800 milhões.
“A decisão reflete nosso compromisso em manter a qualidade e o equilíbrio das carteiras”, diz a Sparta em relatório enviado a clientes. A gestora manterá abertos os fundos com diferentes indexadores – IDkA Pré 2A e IMA-B 5 – e o Sparta Renda, que paga renda mensal. Todo o segmento de debêntures incentivadas da Sparta tem R$ 7 bilhões, e o total sob gestão soma R$ 17 bilhões.
No texto, a gestora afirma que estratégias indexadas à inflação e prefixadas têm maior potencial de ganho potencial porque, em cenários de queda de juros, tendem a superar eventuais aberturas de spread.
A medida provisória que tributaria as debêntures incentivadas não foi votada no Congresso e caducou, mas somente a ameaça de tributação já foi suficiente para mexer com o mercado. No relatório, a Sparta afirma que a visibilidade dada aos instrumentos isentos e o temor do fim do incentivo levaram a uma aceleração das captações nos últimos meses. “Agora o investidor parece mais consciente da importância de antecipar alocações e consolidar posições em ativos e fundos isentos enquanto há tempo.”
Segundo a gestora, no atual cenário desafiador, o caixa dos fundos está mais alto, o prazo dos papéis menor e com títulos de emissores que têm avaliação de crédito alta, formando um perfil conservador. A Sparta afirma que a Selic elevada amplifica o valor da isenção de Imposto de Renda, hoje equivalente a cerca de 2,6% ao ano. “Se as taxas caíssem, o benefício da isenção seria automaticamente menor, e provavelmente ouviríamos o argumento inverso: de que faltaria demanda para esses ativos.”
Fonte: Valor Econômico

