O orçamento total da farmacêutica, muito ativa em ações de marketing, aumentou 50% neste ano para R$ 150 milhões
A farmacêutica Cimed renovou um contrato de patrocínio das seleções brasileiras de futebol masculino e feminino no valor de R$ 100 milhões, até 2027. Neste ano de 2024, a empresa investirá um total de R$ 150 milhões em marketing, uma soma 50% superior aos R$ 100 milhões investidos em 2023.
“Esse próximo ciclo de patrocínio pega a Copa do Mundo de futebol de 2026, o que nos chamou a atenção para fecharmos a renovação rapidamente”, disse João Adibe Marques, presidente da Cimed, ao Valor. A Copa de 2026 será a primeira edição do mundial de futebol realizada em três países: Canadá, Estados Unidos e México.
O executivo assinou o contrato na sexta-feira com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em Londres. A renovação da equipe da seleção de futebol masculino, agora sob o comando do técnico Dorival Júnior, também motivou a renovação do contrato. “Decidimos renovar essa parceria porque vemos esse novo ciclo do time, com otimismo, com a chegada do técnico Dorival Júnior”, disse Marques.
A farmacêutica patrocina as seleções de futebol desde 2015. Em 2022, a Cimed também fechou o patrocínio das seleções feminina e masculina do mineiro Cruzeiro Esporte Clube. O valor do contrato válido até 2026 não foi revelado.
Segundo Marques, o esporte responde por 25% da verba anual de marketing da empresa e os 75% restantes são divididos entre as linhas Lavitan, de vitaminas, Carmed, de protetores labiais, e os medicamentos genéricos Cimed.
O patrocínio fechado com a CBF ainda envolve o lançamento de uma edição limitada do hidratante labial Carmed em colaboração com o mascote Canarinho da seleção. O produto não será comercializado, mas distribuído gratuitamente ao público de todos os jogos da seleção realizados no Brasil ao longo de 2024. A previsão é distribuir cerca de 50 mil unidades do protetor labial por jogo.
Além da Cimed, as seleções brasileiras de futebol feminino e masculino são patrocinadas pelas marcas Itaú, Gol, Guaraná Antarctica, Mastercard, Nike, Pague Menos, TCL Semp e Vivo. A Neoenergia patrocina somente o time feminino de futebol.
Esse ciclo de patrocínio pega a Copa do Mundo de futebol de 2026”
— João A. Marques
O aumento do investimento em marketing planejado pela Cimed para este ano vai na mesma linha do que prevê a maioria das agências de publicidade no país. Cerca de 70% das agências projetam que 2024 será um ano bom ou muito bom para o setor, de acordo com estudo feito em fevereiro pelo Sindicato das Agências de Propaganda e pela Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro). Esse percentual supera o de 2023, quando 65% dos entrevistados diziam estar otimistas com o mercado publicitário.
No cenário traçado para 2024, apenas 4% dos executivos sinalizam que o período será ruim ou muito ruim ou ainda preveem interromper as suas atividades. Os que não conseguem antever como será o período respondem por 3%. Já os que esperam estabilidade contabilizam 23%.
O levantamento de 2023 da Fenapro reuniu informações de 336 agências que atuam no país, frente a 326 participantes em 2022, considerando os valores efetivamente investidos pelas agências em diferentes mídias, que contemplam eventuais descontos concedidos.
Todo esse otimismo também é reflexo dos resultados positivos registrados pela maioria das agências no ano passado. Cerca de 80% das empresas tiveram estabilidade ou crescimento de receita – valor pago pelos anunciantes, excluindo investimentos. Entre as que tiveram ganhos, um terço avançou mais de 30% quando comparado a 2022. Por outro lado, 20,4% das empresas amargaram perda de faturamento, sendo que, em 10% delas, o recuo superou 30%.
Fonte: Valor Econômico