Farmacêutica será patrocinadora do Palmeiras e tem conversas com outros times da série A
Por Stella Fontes — De São Paulo
28/09/2022 05h01 Atualizado há 5 horas
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João Adibe Marques, presidente da Cimed: Proposta é explorar oportunidades além das quatro linhas do gramado — Foto: Silvia Zamboni/Valor
Terceira maior farmacêutica em volume de vendas do Brasil, a Cimed está elevando a aposta no esporte para promover suas marcas e seguir batendo metas de faturamento. O laboratório anunciou ontem que vai patrocinar o Palmeiras e o Núcleo de Saúde e Performance (NSP) do clube paulista, e planeja fechar acordos com mais três times da série A, a elite do futebol brasileiro, até 2027.
“Há mais de 20 anos patrocinamos o futebol. Com os clubes, estamos dando continuidade ao projeto com as seleções”, disse o presidente da Cimed, João Adibe Marques, palmeirense convicto.
Um dos grandes rivais do time alviverde, o Corinthians também é patrocinado por uma farmacêutica nacional, a Neo Química, da Hypera Pharma, que ainda dá nome à arena do clube. O grupo é um dos principais concorrentes da Cimed no mercado brasileiro de medicamentos. “A melhor coisa que tem é ter um bom competidor, que nos force a ir para a frente”, afirmou Marques.
Por ano, a Cimed prevê investir mais de R$ 20 milhões no futebol brasileiro, sem considerar as “ativações”, como o investimento em torcidas. A farmacêutica segue como patrocinadora de todas as seleções da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e com apoio aos clubes, avalia Marques, ganha um reforço importante para a promoção de suas marcas. “Medicamento, na Cimed, não tem classe social. Nossa proposta é garantir acesso”, disse.
A principal aposta do grupo está justamente no mercado de genéricos, que hoje respondem por 35% dos negócios. Até 2025, a meta é elevar a 60% essa participação e mais que dobrar o número de moléculas oferecidas no mercado, frente a 64 atualmente. Para 2022, a farmacêutica projeta receita bruta de R$ 2,6 bilhões, com crescimento de 25%. No ano que vem, a meta é faturar R$ 3 bilhões.
Segundo Marques, o maior desafio à indústria farmacêutica hoje está nos gargalos na cadeia de suprimentos. Com 90% da matéria-prima importada de dois países, China e Índia, os laboratórios brasileiros têm enfrentado dificuldade crescente de acesso e competição global acirrada pelos IFAs (Insumo Farmacêutico Ativo) produzidos nessas regiões. “A indústria chegou aos menores níveis de estoque da história”, comentou.
Em sua avaliação, a situação não deve se normalizar antes do segundo semestre de 2023. E a chegada do verão no Hemisfério Sul, que eleva a procura por determinados produtos (como hepatoprotetores e de reidratação), sem as restrições impostas pela pandemia de covid-19 deve amplificar o desafio a ser superado pela indústria no país.
Apesar do coração palmeirense, conta Marques, os avanços na gestão do clube e o fato de uma mulher ter se tornado presidente contribuíram para o desejo de patrocinar o time. Pelo contrato anunciado ontem, a Cimed vai criar ações inéditas, incluindo o desenvolvimento de produto que contribua para o desempenho dos atletas.
A parceria prevê ainda o uso de sua marca em ativos pouco explorados dentro de campo, como por exemplo a faixa de capitão do time masculino – na cor amarela usada pela farmacêutica e com C de capitão e Cimed – e o carrinho-maca. No futebol feminino, a marca Cimed estará estampada no uniforme principal das jogadoras. A camisa masculina segue com Crefisa e FAM. “A parceria com a Cimed fortalece ainda mais a nossa marca. Sempre tive certeza de que, sem investimento, a gente não faz uma instituição forte”, afirmou a presidente do Palmeiras, Leila Pereira.
Com mais de 600 produtos em portfólio e distribuição para mais de 60 mil pontos de venda, a Cimed está presente em 90% das farmácias brasileiras. Dona de marcas como Lavitan, Cimegripe e K-Med, aparece entre as líderes em segmentos de produtos como antigripais, vitaminas e medicamentos isentos de prescrição médica (MIP). A farmacêutica tem sede administrativa em São Paulo e está concentrando a produção de medicamentos em um novo complexo fabril, construído em Pouso Alegre (MG).
Fonte: Valor Econômico