Farmacêutica lançou comunidade virtual autônoma, a “Fly Now Space Club”, para fomentar pesquisas espaciais de terceiros
Por Stella Fontes — De São Paulo
05/04/2022 05h02 Atualizado há 9 horas
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Juliana Marques Felmanas: Plano é viabilizar ida de mais projetos ao espaço — Foto: Divulgação
A farmacêutica Cimed quer usar NFTs (do inglês tokens não fungíveis) para financiar estudos científicos no espaço. A companhia, que já tinha um projeto próprio de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos usando também experimentos em órbita, a Cimed X, acaba de lançar uma comunidade virtual autônoma, batizada “Fly Now Space Club”, para fomentar pesquisas espaciais de terceiros.
Inicialmente, o plano é captar US$ 2,5 milhões para viabilizar o envio de uma sonda brasileira à lua em dezembro. A primeira rodada de captação compreende 119 NFTs, sendo 114 avatares de astronautas e 5 artes audiovisuais, desenvolvidos pela Abdala Brothers. O leilão se encerra nesta terça-feira, às 15 horas, e a primeira remessa de criptoativos está disponível para compra na OpenSea, maior plataforma mundial de negociação de NFTs. A segunda coleção deve ser lançada em um mês, composta por 9,9 mil artes.
Os recursos arrecadados serão alocados no projeto “Brasil 200” – em celebração aos 200 anos da Independência do país -, que consiste no lançamento de uma sonda que vai medir a radiação na superfície lunar. A iniciativa resultou de uma parceria entre Cimed, Abdala Brothers, Airvantis, Seldor Capital e Storm Group.
“Após o lançamento da Cimed X, percebemos que as pesquisas que estão sendo conduzidas pelas instituições brasileiras poderiam ser alavancadas se fossem ao espaço. Olhando para um cenário de Brasil, tiramos esse projeto de dentro da Cimed e criamos uma comunidade aberta”, explica a gerente executiva de Planejamento Estratégico e RI da Cimed, Juliana Marques Felmanas.
Sob a Cimed X, serão investidos R$ 300 milhões nos próximos cinco anos para desenvolver novos produtos, contemplando também estudos na Estação Espacial Internacional (ISS). Nessa frente, a farmacêutica já patrocinou o envio de amostras de uma proteína do coronavírus que causa a covid-19 ao espaço, com previsão de retorno à Terra até maio.
A “Fly Now Space Club”, por sua vez, corresponde a uma nova frente de fomento a estudos e pesquisas espaciais. “Não é uma plataforma de investimentos. O intuito é criar condições para alavancar pesquisas espaciais, em especial do Brasil”, afirma Juliana. O objetivo da primeira missão é mapear pontos de sua superfície, coletando informações que permitirão antecipar potenciais problemas de saúde e longevidade dos astronautas que forem à Lua.
Essas informações serão de domínio público. A seleção dos projetos que serão viabilizados pela “Fly Now Space Club” levará em conta o impacto da pesquisa para o desenvolvimento de tratamentos, diagnósticos e novas tecnologias, o impacto da utilização do espaço e a participação do Brasil. O processo seletivo deve começar em junho.
Fonte: Valor Econômico