22 Aug 2022 FERNANDA GUIMARÃES WESLEY GONSALVES
Empresas passaram a migrar para região, que tem o atrativo de ser perto da capital paulista e da Fernão Dias.
Municípios do sul de Minas Gerais estão se tornando novo alvo de investimentos de empresas na construção de galpões logísticos para abastecer a crescente demanda pelo e-commerce no País. Depois do êxito de Extrema ter levado à explosão dos preços dos terrenos na cidade, empresas têm buscado outros municípios nas proximidades da rodovia Fernão Dias, principal ligação entre Minas Gerais e São Paulo.
Camanducaia já desponta como um desses novos polos. Foi a cidade escolhida pela gigante de panificação Bauducco para uma nova fábrica. Outras localidades, como Pouso Alegre, Cambuí e Itapeva, se esforçam para atrair novos negócios.
Embora a localização não seja tão conveniente quanto a de Extrema, esses municípios estão próximos à capital paulista – a, no máximo, 200 km. Além disso, do ponto de vista fiscal, oferecem o mesmo benefício de ICMS de Extrema.
Devido à demanda natural das empresas por espaços em seu território, Extrema deixou de oferecer terrenos gratuitos. Segundo o gerente da divisão industrial e de logística da consultoria do setor imobiliário JLL, André Romano, o preço do metro quadrado de galpões em Extrema passou de R$ 20 para R$ 26. Por isso, muitas companhias já começam a olhar para outras localidades.
O gerente de leasing industrial da Cushman & Wakefield no Brasil, Eric Ammirati, aponta que a experiência de Extrema tem chamado a atenção dos vizinhos. “Hoje, independente do setor, a atratividade de Minas tem sido interessante. E o sul do Estado tem essa sinergia com São Paulo pela proximidade”, afirma.
‘EMERGENTE’. Um desses destinos é Camanducaia, a 134 km de São Paulo. Segundo a prefeitura, 35 empresas operam ali, e outras quatro negociam sua chegada. “Antes a gente visitava as feiras de investidores atrás de empresas. Com Extrema mais cara, as companhias já começam a procurar espontaneamente nossa cidade”, diz o representante da área de desenvolvimento econômico da cidade, Diogo Barbosa.
A Bauducco vai abrir uma nova fábrica na cidade, conta Barbosa. A empresa foi uma das primeiras indústrias a apostar em Extrema, onde já tem uma fábrica. Mas, sem novos espaços por lá, vai crescer na cidade vizinha. Procurada, a Bauducco não respondeu.
Com cerca de 600 CNPJS cadastrados, Itapeva também busca atrair investimentos e empregos. “Temos hoje 25 empresas que estão negociando a vinda para Itapeva”, relata o representante do desenvolvimento econômico, Thiago Pareto. Recentemente, o fundo de investimentos Blue Cap e a Sulminas Distribuidora adquiriram terrenos para construção de galpões logísticos na região. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

