A China se comprometeu nesta semana a construir uma cadeia de fornecimento para a indústria aberta e inclusiva, logo depois de os Estados Unidos terem anunciado medidas adicionais para garantir ao mercado interno acesso a fontes confiáveis de energia e tecnologia crítica.
O primeiro-ministro da China, Li Qiang, disse ontem na primeira Exposição Internacional de Cadeia Produtiva da China, em Pequim, que a abordagem do governo reflete a “posição clara contra o protecionismo, o distanciamento e as interrupções na cadeia de suprimentos”.
O premiê disse ainda que a China garantirá um fornecimento estável de produtos de alta qualidade para o mercado global.
As falas foram feitas um dia após o novo Conselho da Casa Branca sobre Resiliência da Cadeia Produtiva, liderado pelo Presidente Joe Biden, ter definido quase 30 novas ações para fortalecer as cadeias de abastecimento críticas para a economia americana e a segurança nacional.
A China quer se posicionar como um país aberto aos negócios globais em contraste com os esforços de países ocidentais para reduzir a dependência da segunda maior economia do mundo.
Os organizadores da exposição disseram que cerca de um quinto dos mais de 500 participantes no evento são empresas estrangeiras, acrescentando que isso demonstra um amplo compromisso com o mercado chinês, apesar dos apelos à diversificação das cadeias de fornecimento por razões geopolíticas.
As empresas estrangeiras na China se queixaram nos últimos meses de “mensagens contraditórias” do governo, com promessas de maior liberalização no mercado surgindo em meio a um maior controle regulatório, como a nova lei anti-espionagem, que abalou a confiança das empresas estrangeiras quando entrou em vigor no dia 1º de julho.
A fala de Li ontem foi ofuscada por um decreto do presidente Xi Jinping emitido no mesmo dia. O líder aumentou o poder de leis relacionadas a questões de negócios estrangeiros para criar mais controle ante “riscos externos”, sem especificar quais as mudanças nas leis.
As ações definidas pelo conselho da Casa Branca incluem o reforço das capacidades nacionais de partilha de dados intergovernamentais e a melhora no monitoramento da cadeia de abastecimento, bem como investimentos adicionais em setores críticos de energia limpa, alimentação e defesa.
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— Foto: Andy Wong/Associated Press
Fonte: Valor Econômico

