A China confirmou detalhes de um acordo comercial com Washington anunciado antes pelo Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. Autoridades de ambos os países mantiveram contato próximo após negociações comerciais em Londres no início deste mês, afirmou um porta-voz do Ministério do Comércio da China em um comunicado nesta sexta-feira (27).
“Nos últimos dias, após a aprovação, ambas as partes confirmaram detalhes sobre o acordo”, disse a fonte. “A parte chinesa analisará e aprovará os pedidos elegíveis para exportação de itens controlados, de acordo com a lei. A parte americana, consequentemente, cancelará uma série de medidas restritivas tomadas contra a China.”
Os comentários chineses foram feitos horas depois de Lutnick afirmar que as duas maiores economias do mundo finalizaram um acordo comercial firmado em Genebra. Falando à Bloomberg na quinta-feira, ele acrescentou que a Casa Branca tem planos iminentes para chegar a acordos com um conjunto de 10 grandes parceiros comerciais.
O acordo com a China, que Lutnick disse ter sido assinado há dois dias, codifica os termos estabelecidos nas negociações comerciais entre Pequim e Washington, incluindo um compromisso da China de entregar terras raras.
Poucos detalhes foram divulgados após as negociações em Londres, que foram lideradas pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, mesmo com ambos os lados saudando o progresso. A falta de uma leitura detalhada após dois dias de discussões deixou muitas dúvidas, inclusive sobre se Pequim concordou em retomar as exportações de terras raras.
Embora o presidente dos EUA, Donald Trump, tenha classificado o resultado como “ótimo” em uma postagem nas redes sociais, sua equipe reconheceu que ele formalizou em grande parte os termos acordados durante as negociações anteriores em Genebra, o que levou a uma redução de tarifas, mas gerou mais desacordos sobre os controles de exportação.
Referindo-se a uma ligação de 5 de junho entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping, o ministério disse na declaração desta sexta-feira que os dois países devem trabalhar juntos para promover o desenvolvimento estável dos laços econômicos e comerciais.
A China disse no início deste mês que reforçaria os controles sobre dois produtos químicos que podem ser usados para fazer fentanil, em um aparente ramo de oliveira para os EUA que pode ajudar a manter sua frágil trégua comercial.
O governo Trump colocou tarifas de 20% sobre as exportações chinesas este ano devido ao suposto papel de Pequim na crise de opioides. Essas taxas permaneceram em vigor.
Na entrevista de quinta-feira, Lutnick disse que as “contramedidas” dos EUA impostas antes das negociações de Londres seriam suspensas – mas somente quando os materiais de terras raras começassem a fluir da China. Essas medidas dos EUA incluem restrições à exportação de materiais, como o etano, usado para fazer plástico, software para chips e motores a jato.
Fonte: Valor Econômico

