Os investimentos em soluções baseadas na natureza somaram cerca de US$ 200 bilhões em 2022
Por Daniela Chiaretti, Valor — Dubai
12/12/2023 13h04 Atualizado há 22 horas
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Cerca de US$ 7 trilhões de recursos públicos e privados são investidos por ano, no mundo, em atividades que têm impacto negativo direto na natureza – o equivalente a algo próximo a 7% do Produto Interno Bruto global.A estimativa está no último relatório State of Finance for Nature divulgado na COP 28 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Os investimentos em soluções baseadas na natureza somaram cerca de US$ 200 bilhões em 2022, diz o estudo. Os fluxos financeiros para atividades que prejudicam a natureza foram mais de 30 vezes superiores.
“Para ter alguma chance de atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, esses números deveriam ser revertidos com os verdadeiros guardiões da terra, como os povos indígenas, entre os principais beneficiários”.
Cinco setores canalizam a maioria dos fluxos financeiros negativos – construção, serviços públicos elétricos, setor imobiliário, petróleo e gás e alimentos e tabaco.
Representam 16% dos fluxos globais de investimento na economia, mas 43% dos fluxos negativos para a natureza associados à destruição de florestas, de manguezais e zonas úmidas e outros habitats, destaca a nota à imprensa.
Os resultados foram baseados em uma análise dos fluxos financeiros globais.
Segundo o estudo, os fluxos financeiros privados negativos para o ambiente somam US$ 5 trilhões anuais. São 140 vezes maiores dos US$ 35 bilhões de investimentos privados em soluções baseadas na natureza.
Os gastos de governos com subsídios prejudiciais ao meio ambiente em quatro setores –agricultura, combustíveis fósseis, pesca e silvicultura– foram estimados em US$ 1,7 trilhão em 2022. Apenas os subsídios aos combustíveis fósseis para os consumidores dobraram de US$ 563 bilhões em 2021 para US$ 1,163 trilhão em 2022.
Um parceiro do Pnuma no estudo, a Global Canopy (organização que busca indicar com dados as forças de mercado que destroem o meio ambiente) ressaltou que continuar fazendo negócios como sempre, o business as usual, representa grave ameaça ao planeta.
“A análise reforça a necessidade urgente de uma transição para práticas de negócios sustentáveis e de parar o financiamento da destruição da natureza”, disse Niki Mardas, diretor executivo da Global Canopy.
A jornalista viajou à COP 28 a convite do Instituto Clima e Sociedade (iCS)
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Fonte: Valor Econômico