Por Valor, Valor — São Paulo
31/07/2024 02h16 · Atualizado há 8 horas
Observador da eleição presidencial na Venezuela no último domingo, o Centro Carter anunciou nesta quarta-feira que a disputa “não atendeu aos padrões internacionais de
integridade e não pode ser considerada democrática”.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a justiça eleitoral venezuelana, declarou o presidente Nicolás Maduro reeleito para um terceiro mandato poucas horas após o fechamento das urnas.
O CNE não apresentou as atas de votação e nem um prazo para fazê-lo, colocando em dúvida o resultado da eleição, que os oposicionistas consideram ter vencido por ampla
margem em suas contagens paralelas.
“A eleição presidencial de 2024 na Venezuela não atendeu aos padrões internacionais de integridade eleitoral e não pode ser considerada democrática, informou o Centro Carter em nota.“O Centro Carter não pode verificar ou corroborar os resultados da eleição declarados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), e a falha da autoridade eleitoral em anunciar resultados desagregados por seção eleitoral constitui uma grave violação dos princípios eleitorais”, anunciou.
A nota prossegue: “O processo eleitoral da Venezuela não atendeu aos padrões internacionais de integridade eleitoral em nenhuma de suas etapas e violou inúmeras disposições de suas próprias leis nacionais. A eleição ocorreu em um ambiente de liberdades restritas para atores políticos, organizações da sociedade civil e a mídia. Ao longo do processo eleitoral, o CNE demonstrou um claro viés em favor do titular.”
Mais cedo, na terça-feira, a Organização dos Estados Americanos (OEA) também havia anunciado que não reconhece o resultado da eleição no país vizinho ao Brasil.
Em relatório a OEA informou “haver indícios de que o governo Maduro distorceu o resultado”.
O relatório concluiu que o CNE, comandado por aliados de Maduro, declarou a vitória do atual presidente “sem apresentar os dados que possam comprovar o resultado”.
Informou ainda que números divulgados pelo CNE continham “erros aritméticos”.
Fonte: Valor Econômico

