23/04/2022
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, passou o dia ontem falando sobre os próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom) em eventos do mercado financeiro, em Washington, após a inflação de março pegar o próprio BC de “surpresa”. No mês passado, o IPCA ficou em 1.62%, segundo o IBGE, na maior alta para março desde 1994, antes da implantação do Plano Real.
Em evento do Bank of America e da XP Investimentos, Campos Neto disse que o Copom está pronto para agir caso o choque inflacionário exija. Ele ressaltou que o BC ?avalia que o momento exige serenidade para avaliar o tamanho e a duração dos choques atuais?, e que ?persistirá em sua estratégia até que o processo de desinflação e a ancoragem de expectativas em torno de suas metas se consolide”.
Ele. que está em Washington para reuniões do FMI e do Banco Mundial, também repetiu indicações anteriores de que o Banco Central elevará a taxa Selic em 1 ponto percentual em sua próxima reunião, subindo os juros para 12,75% ao ano. Hoje está em 11,75%.
? O Copom ressalta que seus futuros passos de política monetária poderão ser ajustados para garantir a convergência da inflação para suas metas e dependerá da evolução da atividade econômica, no balanço de riscos e nas expectativas e projeções de inflação para o horizonte relevante â política monetária ? afirmou Campos Neto.
Em outro evento, este organizado pelo Goldman Sachs, o diretor de Política Monetária, Bruno Serra Fernandes, disse que a surpresa com o IPCA de março refletiu em uma aceleração das expectativas de inflação de médio prazo, o que preocupa o Banco Central.
Serra, porém, lembrou que 1 lá dois fatores sobre a mesa ? a apreciação do real e a estabilização dos preços das commodities ?que, em conjunto com o avanço das expectativas inflacionárias, serão abordados pela reunião do Copom em maio
Fonte: O Globo

