Circe Bonatelli
18 de outubro de 2022 | 05h00
O BTG Pactual acaba de se tornar sócio da LLZ, empresa de antecipação e recuperação de crédito para condomínios residenciais. O banco passará a deter 25% do novo negócio, podendo chegar a 49%. O valor da transação não foi revelado. Com essa iniciativa, o BTG Pactual vai entrar em um mercado gigantesco, mas pouco explorado em larga escala. Há mais de 550 mil condomínios no País, que faturam R$ 270 bilhões por ano. Mas a penetração de empresas como a LLZ no segmento mal chega a 5% – o que reforça a crença de que esse mercado tem um potencial grande para crescer, disse à Coluna o sócio responsável pela seguradora do BTG Pactual, Leonardo Felix.
Negócio ajuda na cobrança de inadimplentes
A LLZ oferece aos síndicos a antecipação do valor integral da taxa de condomínio na data combinada, independentemente se os moradores pagarem os boletos em dia ou não. Em troca, recebe uma taxa de serviço. Também trabalha na cobrança dos inadimplentes, embolsando a multa e os juros pelos atrasos. Para tanto, o negócio exige um volume expressivo de capital de giro – justamente o que está sendo aportado agora pelo BTG Pactual. O dinheiro vai permitir que o negócio ganhe escala organicamente.
Empresa atua em 60 cidades
A meta é triplicar o número de condomínios atendidos em 2023 na comparação com 2022. A LLZ já está em 60 cidades, distribuídas em 11 Estados, entre os quais São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará, Paraná e Santa Catarina. O plano é chegar a todos os Estados do Brasil. Em cinco anos, almeja atingir uma receita garantida anual aos condomínios de R$ 5 bilhões.
A LLZ surgiu em Belo Horizonte, em 2013, e abriu uma filial em São Paulo. Ao todo tem 103 funcionários e obteve um lucro de R$ 10 milhões em 2021. Ela foi fundada por três sócios: Zener Costa (que também é o presidente), Lúcio Delfino e Leandro Pacífico (este último saiu em 2015). Costa e Delfino permanecerão com a fatia majoritária e dois dos quatro assentos no conselho, enquanto o BTG Pactual terá os outros dois.
A criação da empresa foi inspirada pela esposa de Costa, Ana Laura, que se viu em apuros como síndica de um prédio onde a inadimplência ficou muito alta e com poucas opções para contornar esse problema. Tanto que o mote da companhia é levar “tranquilidade” aos síndicos para que possam pensar em melhorias para os condomínio em vez ter ficar presos na gestão das crises financeiras.
BTG vai oferecer seguro garantia aos condomínios
O BTG vinha estudando entrar no setor por conta própria, mas gostou do que viu na LLZ, especialmente na sua capacidade de integrar os sistemas de cobrança aos condomínio. Além de capital de giro, a eficiência operacional é um dos gargalos para crescer no ramo. A LLZ ficará debaixo do braço de seguros do BTG, que também oferecerá seguro garantia para os condomínios.
Fonte: O Estado de S. Paulo

