24/05/2022 05h02 Atualizado há 5 horas
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) avalia que o mercado do trabalho no Brasil se estabilizou em torno do nível atual e já superou o enorme desemprego causado pela pandemia de covid-19.
Segundo a OIT, o Brasil registrou uma contração de 14,8% no número de horas trabalhadas em 2020, equivalente a menos 10,8 milhões de empregos comparado ao último trimestre de 2019, antes da pandemia. Essa queda foi de 2,4% em 2021, representando menos 1,740 milhão de vagas de trabalho.
Especificamente no último trimestre de 2021, o número de horas trabalhadas no país voltou a ficar positivo, comparado ao último trimestre de 2019, com alta de 1,7%, com as horas a mais trabalhadas representando 1,290 milhão de empregos em tempo integral de 48 horas por semana.
Neste ano, entre janeiro e março, o movimento continuou positivo, mas com uma ligeira desaceleração para uma alta de 1,6%, equivalente a 1,160 milhões de empregos adicionais.
Para a OIT, essa leve deterioração entre dezembro e março deve ser interpretada como uma reversão normal, pois o forte crescimento após a reabertura da economia só pode durar por um tempo limitado. Diz que suas estimativas são ajustadas ao crescimento populacional.
Conforme a entidade, deve-se esperar que a mudança nas horas trabalhadas no Brasil se estabilize em torno do nível atual.
A OIT avalia que o aumento dos preços das commodities está beneficiando o país, ao proporcionar uma alta substancial no superávit comercial brasileiro.
No entanto, a entidade constata que a inflação é alta e está em uma tendência que pode levar a um maior aperto da política monetária pelo Banco Central. “Esse é um risco negativo para o mercado de trabalho”, diz um economista da entidade.
Fonte: Valor Econômico