Por Adriana Cotias, Valor — São Paulo
01/09/2023 17h48 Atualizado há 2 dias
No bloco dos países emergentes, o “Brasil é a bola da vez” e as perspectivas são positivas para a atividade econômica e, consequentemente, para o mercado de capitais e de investimentos, segundo Thiago Maffra, CEO da XP.
Em breve conversa com a imprensa, durante a Expert XP 2023, ele citou as reformas encaminhadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o diálogo aberto e outras decisões que dissiparam preocupações com a direção que a política econômica tomaria.
“Embora existam desafios a serem resolvidos, as nossas projeções para o PIB são mais otimistas do que a média do mercado, com uma balança comercial em nível positivo. O combo é real apreciado, balança comercial positiva e a economia verde ajudando o país a atrair muito dinheiro [do capital estrangeiro]”, disse Maffra.
“O Brasil é a bola da vez, porque há hoje poucos países entre os emergentes que são investíveis”, acrescentou o executivo, citando Rússia, Índia e China e outros mercados em desenvolvimento às voltas com suas dificuldades econômicas.
Para este ano, a XP estima um crescimento de 2,2% para o PIB, mas para 2024 há uma perda de ritmo, com a expansão da atividade em 1%. Os comentários de Maffra foram feitos sem ele ter acompanhado os dados do PIB divulgados hoje, já que a Expert XP começou ontem num evento fechado para assessores de investimentos, e ele ficou no ar 24/7.
Mesmo com possibilidade de a Selic cair para o nível de um dígito – o mercado chegou a embutir nos preços das estratégias ligadas a juros futuros uma taxa abaixo de 9% -, Maffra afirmou que não vê um deslocamento de capital para ativos de risco, como a bolsa, do dia para noite.
“Achar que com um corte de 50 pontos básicos o investidor sairia comprando bolsa com os juros ainda em 13,25%, e ele podendo comprar CDB nessa taxa ou uma letra [de crédito] isenta a 90%, 95%, 97% do CDI… é difícil pensar que vai tirar o dinheiro de um risco baixo para outras coisas. A pessoa física demora mais tempo, os investidores institucionais é que saem na frente.”
Para as emissões de mercado de capitais, que ficou fechado para ofertas iniciais de ações (IPO) por mais de um ano e iniciou 2023 com o segmento de dívida sob efeito dos eventos de crédito de Americanas, Light e outras recuperações judiciais, Maffra acredita que a brecha aberta para operações subsequentes desde abril deve ter continuidade.
Ele comentou que a XP participou de quatro operações de “follow on” no ano e outras ofertas virão na sequência. Maffra disse esperar um ou outro IPO de qualidade neste último semestre ou no primeiro de 2024.
Fonte: Valor Econômico

