As bolsas da Europa operam em alta nesta quarta-feira, em meio à melhora por apetite a risco e à desaceleração na demanda por ativos considerados porto seguro. Apesar das tensões geopolíticas elevadas entre Rússia e Ucrânia e da ameaça de aumento de tarifas comerciais, os investidores aguardam com entusiasmo os resultados financeiros da Nvidia, que serão divulgados após o fechamento dos mercados.
“Um dos dias mais aguardados da temporada de lucros, senão o mais esperado, o dia dos lucros da Nvidia, finalmente chegou”, afirmou o banco Swissquote.
Por volta das 9h50, o índice Stoxx 600 subia 0,25% a 501,86 pontos, o FTSE 100 de Londres caía 0,10% a 8.089,91, o Dax de Frankfurt avançava 0,24% a 19.103,87 e o CAC 40 de Paris ganhava 0,12% a 7.238,77 pontos.
A perspectiva de aumento das tarifas comerciais aumenta o risco de choques raros, mas prejudiciais para a economia global, e ameaça a estabilidade do sistema financeiro, alertou o Banco Central Europeu (BCE) nesta quarta-feira.
Em um relatório semestral, o BCE também afirmou que a concentração de investimentos em muitas empresas sugere que uma bolha de preços de ativos relacionada ao desenvolvimento da inteligência artificial pode estar se inflando, ameaçando o sistema financeiro mais amplo caso essas empresas enfrentem reveses inesperados.
Em relação às ações, os analistas da Moody’s, Martin Kohlhase e Marina Albo, afirmam em uma nota a investidores que os papéis de defesa e farmacêuticas da Europa devem ter um desempenho forte além de 2025. Segundo os profissionais, as empresas de defesa da Europa continuam a se beneficiar de fatores estruturais de demanda que provavelmente não irão diminuir nos próximos anos.
No entanto, chamam atenção que os desafios globais na cadeia de suprimentos, que afetam as empresas de aeroespacial e defesa, representam o principal risco para a previsão de crescimento de lucros operacionais de dois dígitos para 2025.
Enquanto isso, a demanda por medicamentos para perda de peso e diabetes, assim como o forte crescimento de tratamentos oncológicos e imunológicos, deve manter as ações farmacêuticas em alta, afirmam os analistas.
Fonte: Valor Econômico