Por Eduardo Magossi, Valor — São Paulo
03/11/2022 09h26 Atualizado
O Banco da Inglaterra (BoE) elevou sua principal taxa de juros em 0,75 ponto percentual nesta quinta-feira, o aumento mais forte desde 1989. O BC britânico luta para conter a escalada da inflação, impulsionada pela alta dos preços de energia, mesmo com a economia do Reino Unido caminhando para uma esperada recessão.
O banco central britânico subiu os juros básicos de 2,25% para 3%, o nível mais alto desde 2008. O sentimento no mercado é que os custos de empréstimos mais altos afetarão uma economia já fraca, com os consumidores se preparando para um período difícil de queda da renda real e aumento da inflação.
No comunicado, a autoridade monetária ressaltou que a taxa terminal — ou seja, o ponto final do ciclo de altas — ficará abaixo da esperada atualmente pelo mercado, de 5,25%, mas que os participantes do comitê do BoE julgam que mais aumentos ainda serão necessários nos próximos meses. O banco reiterou que está “pronto para responder com força” caso a inflação parecer mais persistente.
O BoE também informou que a votação foi unânime por uma alta de juros, de nove a zero, sendo que sete optaram pela alta de 0,75 ponto, um por uma alta de 0,50 ponto e um por 0,25 ponto percentual.
O comunicado do BC britânico revela ainda um cenário desafiador para a economia, com a expectativa de o país enfrentar uma recessão durante oito trimestres a partir do terceiro trimestre de 2022, quando o PIB deve registrar contração de 0,5%.
O BoE também estima que a economia deve se contrair 1,5% em 2023 — a mesma estimativa feita em agosto —, enquanto a projeção para 2024 aumentou de uma contração de 0,25% para uma queda de 1%. Segundo o banco, os altos preços de energia e custos de empréstimos levaram a economia à recessão.
Para a inflação, o BoE afirmou que um teto do governo para os preços de energia, que deve durar até abril, limitaria a taxa de inflação durante esse período, esperando um pico de 10,9% antes do final deste ano, abaixo dos 13% previstos anteriormente. O banco previu, contudo, que a inflação deve permanecer alta até o próximo ano e só cairia abaixo de sua meta de 2% em 2024.
Fonte: Valor Econômico
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