Por Sonia Sirletti, Nicholas Comfort e Steven Arons — Bloomberg
20/06/2023 05h02 Atualizado há 4 horas
Reguladores europeus disseram aos bancos que passaram por uma rodada inicial de testes de estresse deste ano que os resultados não serão tão positivos.
O Banco Central Europeu (BCE) sinalizou às instituições financeiras que se beneficiam dos juros em alta para se prepararem para ajustes como forma de obter resultados mais confiáveis, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas. Muitos banqueiros discordam. Para eles, os reguladores estariam buscando um resultado pior para pressionar o setor, disseram algumas das pessoas.
A avaliação é um exame importante para os bancos, pois fornece informações sobre suas condições para enfrentar choques e para basear os requisitos de capital. Um atestado de boa saúde fortalece o argumento para a distribuição de bilhões de euros em dividendos aos acionistas, mesmo com a maior incerteza econômica.
Um porta-voz do BCE não quis comentar, assim como uma porta-voz da Autoridade Bancária Europeia (ABE), que coordena o teste de estresse, com previsão de ser concluído até o final de julho.
O teste deste ano foi visto como o exame que se baseou no cenário econômico mais difícil até o momento, mas os resultados dos bancos foram impulsionados por um aumento dos lucros no ano passado devido às crescentes taxas de juros e baixas provisões para empréstimos duvidosos. Isso levou algumas autoridades a sugerirem que o exame não mostra uma deterioração suficiente dessa posição inicial.
Os bancos são testados em um cenário adverso e em um cenário de linha de base mais benigno ao longo de três anos até 2025.
O setor bancário argumenta que os melhores resultados dos testes refletem medidas tangíveis adotadas para tornar as operações mais resilientes e que devem colher os frutos desse esforço. Reguladores mostram cautela em relação a uma situação na qual um teste leve permite que bancos reduzam excessivamente seus colchões de capital com dividendos aos acionistas, mas depois possa se transformar em um ambiente mais desafiador.
As autoridades não podem ser complacentes, disse a ministra da Economia da Espanha, Nadia Calvino, cujo país assume a presidência rotativa da União Europeia no fim do mês. “A situação do setor financeiro é obviamente sólida”, disse. “Mas temos que estar muito atentos e vigilantes, porque com juros maiores e liquidez em queda, está claro que os elementos mais fracos que possam existir no setor podem ser afetados.”
Fonte: Valor Econômico

