Por Dow Jones — Nova York
15/06/2022 08h07 Atualizado há 47 minutos
O Banco Central Europeu (BCE) informou nesta quarta-feira que usará um programa existente para ajudar a diminuir os spreads crescentes enfrentados pelos países europeus periféricos. A comunicação foi feita depois de uma reunião de emergência da instituição para discutir a turbulência nos mercados de títulos públicos da região depois de uma mudança de política da instituição que desencadeou uma forte liquidação de alguns títulos do governo.
O BCE disse que “aplicará flexibilidade” no reinvestimento dos resgates de sua carteira do Programa de Compras de Emergência Pandêmica (PEPP) “com vistas a preservar o funcionamento do mecanismo de transmissão da política monetária”.
A autoridade monetária também informou que vai “acelerar” o desenvolvimento de um novo instrumento antifragmentação.
Pouco antes das 10 horas, o rendimento do título do governo italiano de 10 anos cai 34 pontos-base, para 3,83%, enquanto o euro perde parte de seu impulso anterior e opera estável a US$ 1,04359.
Investidores venderam títulos de dívidas do sul da Europa nos últimos dias depois que o BCE disse que realizaria uma série de aumentos nas taxas de juros para combater a inflação recorde, mas não revelou uma nova ferramenta para proteger as economias altamente endividadas da região.
O BCE está sob pressão para apoiar economias do sul da Europa, como Itália, Espanha e Grécia, cujos custos de empréstimos explodiram enquanto a autoridade monetária europeia se prepara para reduzir seu estímulo à pandemia. Sob esse programa de vários trilhões de euros, o BCE comprou títulos soberanos e corporativos, o que ajudou a limitar os custos de empréstimos para governos, famílias e empresas.
A volatilidade do mercado se intensificou após a reunião do BCE na semana passada, quando apresentou planos para parar de comprar títulos nas próximas semanas e aumentar as taxas de juros para conter a inflação crescente. O banco central decepcionou os investidores ao oferecer poucos detalhes sobre como evitaria a “fragmentação” dentro do bloco, em que Estados membros financeiramente frágeis enfrentam condições financeiras significativamente mais apertadas do que outros.
Fonte: Valor Econômico

