12 Apr 2024 AP e EFE
O Banco Central da Argentina (BCRA) cortou ontem em dez pontos porcentuais a taxa básica de juros do país, que caiu de 80% para 70%. Em comunicado, a autoridade monetária cita uma “pronunciada desaceleração” da inflação para justificar a medida.
O governo de Javier Milei assumiu com propostas de reformas e executa um draconiano ajuste fiscal para alcançar a meta de déficit zero. O ajuste, que inclui forte redução dos gastos públicos, prevê privatizações e até o fechamento de agências e órgãos do Estado.
O pacote fiscal é acompanhado por uma depreciação do peso, pressionando ainda mais a inflação, que está em 276,2% em 12 meses, apesar de uma clara desaceleração no ritmo nos dois primeiros meses do ano.
JUROS. O corte de ontem foi o terceiro do BCRA desde que Milei assumiu o cargo, em dezembro, quando a taxa estava em 133%. Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos
(Indec), em fevereiro, o índice de preços ao consumidor (CPI, a inflação oficial) foi de 13,2%, uma desaceleração, após variações de 20,6%, em janeiro, e 25,5%, em dezembro do ano passado. Com o dado de fevereiro, a inflação acumulada neste ano chegou a 36,6%. O Indec divulga hoje os dados de março.
Enquanto isso, nas ruas, multiplicam-se os protestos da população, que sente o peso dos ajustes no bolso. Ontem, diversas linhas de ônibus foram afetadas pela greve que a União dos Transportadores Automotores (UTA) realizou na região metropolitana de Buenos Aires, que inclui a capital argentina e as cidades vizinhas, para exigir melhores salários.
GREVE. A Confederação Geral do Trabalho (CGT), por sua vez, convocou uma nova greve geral contra o governo para o dia 9 de maio. De acordo com os sindicalistas, também ficou decidida uma manifestação no dia 1.° de maio, feriado do Dia do Trabalho.
Uma greve geral da maior central sindical da Argentina em 24 de janeiro paralisou quase todos os setores do país.
Fonte: O Estado de S. Paulo

