Os bancos centrais acumularam mais ouro do que se pensava este ano, oferecendo um apoio crucial aos preços da commodity, que enfrentaram a pressão do aperto monetário global.
Os países expandiram as reservas de ouro em 337 toneladas nos três meses até setembro, informou o Conselho Mundial do Ouro em um relatório nesta terça-feira. Isto segue-se a um aumento de 175 toneladas no segundo trimestre, superior à estimativa anterior do conselho de 103 toneladas.
As compras dos bancos centrais nos primeiros nove meses do ano totalizam agora 800 toneladas, impulsionadas principalmente pela China, Polônia e Cingapura, bem como compras não declaradas. O ritmo superou o valor do mesmo período do ano passado, que terminou com demanda recorde.
A onda de compras forneceu um contrapeso importante às vendas dos investidores no ano passado, sustentando os preços que na semana passada ultrapassaram US$ 2 mil por onça pela primeira vez desde maio. A robustez do mercado deixou o ouro cada vez mais descolado dos rendimentos dos Treasuries, os títulos do Tesouro americano, ajustados à inflação, que são normalmente um dos principais impulsionadores da commodity.
O ouro subiu este mês após o ataque do Hamas a Israel, que inflamou as tensões numa região que é crucial para o fornecimento global de energia e impulsionou a procura por um refúgio. O avanço empurrou os preços da commodity para mais perto de um recorde de cerca de US$ 2.075 estabelecido em 2020.
O ouro spot estava pouco alterado em US$ 1.996,78 a onça às 9h11 em Londres. O Bloomberg Dollar Spot Index ficou estável. A prata caiu, enquanto a platina e o paládio subiram.
Fonte: Valor Econômico

