9 Nov 2022 MATHEUS PIOVESANA
O Bradesco fechou o terceiro trimestre de 2022 com lucro líquido recorrente de R$ 5,22 bilhões, uma queda de 22,8% em relação ao mesmo período de 2021. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o resultado do banco caiu 25,8%.
A forte baixa nos resultados do segundo maior banco privado do País se deveu ao aumento da inadimplência, que subiu de 2,6%, em setembro do ano passado, para 3,9% no mesmo mês deste ano, diante da piora nos segmentos de pessoas físicas e de pequenas e médias empresas. Como resultado, o Bradesco teve de expandir em 116,4% as despesas com provisões contra a inadimplência, que chegaram a R$ 7,267 bilhões.
O presidente do banco, Octavio de Lazari Junior, disse, em nota, que o resultado está associado ao momento do ciclo de crédito. Segundo ele, o banco se mantém ao lado dos clientes, o que se reflete nos números. “Entramos agora em um momento de aumento de provisões, tendência que deve se manter até parte de 2023. A inadimplência cresceu no segmento massificado, para pessoas físicas e micro e pequenas empresas.”
O executivo diz que há sinais de melhora na inadimplência e que o banco projeta, diante dos ajustes que fez neste ano, que os atrasos vão se estabilizar e melhorar no decorrer de 2023. “Temos convicção na nossa capacidade operacional de entregar um melhor nível de retorno. Vamos perseguir essa meta e continuar os ajustes necessários para retomar a trajetória de rentabilidade”, afirma Lazari, que disse ainda que, no trimestre, o Bradesco seguiu focado em sua transformação digital, e que tem um posicionamento único, com operação bancária e a maior seguradora do País.
MARGENS. A margem financeira do Bradesco subiu 3,7% no período de um ano, para R$ 16,28 bilhões. A margem com clientes, que embute ganhos com crédito, por exemplo, subiu 24,7%, para R$ 17,53 bilhões, diante do maior volume de operações, de um mix de crédito mais rentável e da melhora na margem de passivos com o banco. Esse desempenho foi compensado parcialmente pela margem com o mercado, que reflete o resultado da tesouraria. Nessa área, o Bradesco teve perda de R$ 1,243 bilhão.
Sob impacto do aumento da taxa Selic, a tesouraria do banco tem tido resultados negativos desde o segundo trimestre deste ano.
ATIVOS E RENTABILIDADE. No fim do primeiro trimestre deste ano, os ativos do conglomerado somavam R$ 1,891 trilhão, um aumento de 10,2%, em base anual, e alta de 7,6% em termos trimestrais.
O patrimônio líquido do Bradesco era de R$ 156,884 bilhões em março, com variação positiva de 6,3% em 12 meses e de 2,7% em três. Com isso, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco fechou o trimestre em 13%, baixa de 5,6 pontos porcentuais em um ano.
É o menor retorno desde o segundo trimestre de 2020, quando, sob o peso das provisões extras que fez diante da pandemia, o Bradesco teve retorno de 11,9%. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

