O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticaram ontem a decisão do Banco Central (BC) de reduzir o ritmo de corte da Selic para 0,25 ponto percentual. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não comentou.
Com a redução, o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) fixou a taxa básica de juros em 10,50% ao ano. A decisão não foi unânime: a parte do colegiado indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva votou por um corte de 0,50 ponto percentual, mas saiu derrotada.
Membros da equipe econômica defendiam um corte de 0,5 ponto, argumentando que não há uma piora no mercado doméstico. A recente melhora da perspectiva da nota de crédito do Brasil pela Moody’s também era um dos argumentos usados.
“O governo do presidente Lula está fazendo o dever de casa em todos os sentidos: negociando reformas; reconstruindo políticas sociais; e estimulando o investimento produtivo. Mas taxas de juros neste patamar são um freio ao desenvolvimento do país, porque desencorajam o consumo e o investimento, além de elevarem a dívida pública”, escreveu Alckmin nas redes sociais. “A redução de 0,25 pp na Selic é um sinal importante de confiança no governo, mas o ritmo da queda precisa ser maior, sem hesitações. O Brasil precisa retomar a normalidade monetária, com juros condizentes com as necessidades do país e a responsabilidade do governo.”
A presidente nacional do PT classificou a decisão como sabotagem e crime contra o país, e voltou a reclamar da atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
“A inflação está sob controle e em queda, o ambiente de investimentos melhora, os empregos também. O nome disso é sabotagem. Contra o desenvolvimento, contra o Brasil”, escreveu nas redes sociais, reafirmando críticas à autonomia do BC fixada em lei.
Já o ministro da Fazenda deixou a sede da pasta sem falar sobre o assunto. “Hoje eu estou cansado para chuchu. Não vou comentar Copom hoje. Depois eu comento”, disse Haddad.
fonte: valor econômico