Por João Valadares, Caetano Tonet e Matheus Schuch, Valor — Brasília
08/11/2022 17h10 Atualizado
O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) afirmou na tarde desta terça-feira (8) que os economistas André Lara Resende, Nelson Barbosa, Guilherme Mello e Pérsio Arida, anunciados como integrantes da área econômica da equipe de transição, têm visões complementares. Ele rechaçou que os quatro tenham entendimentos opostos sobre os caminhos a serem traçados para o desenvolvimento do país.
“Os economistas do grupo de transição não têm visões opostas e, sim, complementares”, afirmou. Alckmin destacou que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega vai integrar a equipe de transição, mas não comunicou em que área.
O vice-presidente eleito destacou que o mais urgente no momento é abrir espaço no Orçamento 2023 para garantir o Bolsa Família de R$ 600 e adicional de R$ 150 para famílias com crianças com menos de seis anos.
Alckmin não informou qual o mecanismo que seria usado para que as promessas de campanha sejam cumpridas. A equipe de transição avalia a apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para viabilizar os gastos extras, além do remanejamento de emendas do relator e o uso de créditos extraordinários.
“O importante é o balizamento para garantir a questão social e, por outro lado, ter uma agenda de competitividade”, disse. “Um dos caminhos possíveis é ter uma PEC para garantir a continuidade dos serviços”, complementou.
“Não tem um número limitado [de pessoas], pode ter muito mais pessoas, mas começamos o grupo técnico na área de economia com André Lara Resende, Guilherme Melo, Nelson Barbosa e Pérsio Arida. Quatro grandes economistas, com larga experiência”, declarou.
Outros nomes da transição
Antes de responder questionamentos da imprensa, Alckmin assinou portaria instituindo o Gabinete de Transição. Também assinou pedido para que o Tribunal de Contas da União (TCU) possa repassar informações que vão ajudar na transição do governo.
“Nós solicitamos ao TCU, ao seu presidente Bruno Dantas, cópia dos relatórios, auditorias, inspeções, levantamentos, monitoramentos e outros documentos que vão ajudar os trabalhos do gabinete de transição. O TCU tem um trabalho muito apurado, muito bem feito, que vai ajudar a gente a ter todas as informações e fazer um bom trabalho”, disse.
O vice-presidente eleito anunciou os nomes do ex-ministros Aloizio Mercadante, como coordenador técnico, da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que vai comandar a articulação política, e do deputado Floriano Pesaro, que será o coordenador-executivo da equipe de transição.
Também foram listados nomes que vão atuar na área de assistência social. “Temos quatro lideranças, sendo três mulheres. Teremos Simone Tebet (senadora), Tereza Campelo (ex-ministra), Márcia Lopes (assistente social ligada ao PT e ex-ministra) e André Quintão (deputado estadual por Minas Gerais).
Mais cedo, o ex-ministro José Henrique Paim foi confirmado como coordenador da área da educação. Ao todo, serão 31 grupos técnicos, em áreas como saúde, meio ambiente e cultura. Os nomes serão anunciados nos próximos dias.
Ainda durante a entrevista, o vice-presidente eleito reforçou que Gleisi esteve com representantes dos dez partidos que apoiaram a candidatura do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. “A Gleisi Hoffmann esteve com os partidos políticos e todos os dez partidos do primeiro turno e os que vieram no segundo turno vão sugerir outros nomes. À medida que forem chegando esses nomes a gente vai incorporando e anunciando”, afirmou.
Alckmin deixou claro que os integrantes da equipe de transição não têm necessariamente relação direta com ministérios do novo governo. “Podem participar, podem não participar, mas são questões bastante distintas. É um trabalho de 50 dias, até uma semana depois da posse. Um trabalho buscando informação, continuidade e não interrupção de serviços públicos e transparência”, ressaltou.
Fonte: Valor Econômico

