Por Dow Jones Newswires
26/06/2023 05h02 Atualizado há 5 horas
O motim de 24 horas na Rússia trouxe à tona o maior medo de Pequim em relação à invasão da Ucrânia: o risco de desestabilizar seu parceiro mais próximo contra o Ocidente liderado pelos EUA.
Pequim qualificou a revolta como “assunto interno” da Rússia. Mas, mesmo assim, a crise marca um momento de incerteza para o líder chinês Xi Jinping.
Xi classificou o vínculo da China com a Rússia como um baluarte contra a influência dos EUA no mundo e colocou seu relacionamento pessoal com Putin no centro. Agora, a Rússia está em desordem e Putin parece enfraquecido.
“Esse é o cenário pessimista que a China temia – que Putin, quando iniciou a invasão, acabaria prejudicando a estabilidade do regime”, disse Temur Umarov, do Carnegie Russia Eurasia Center.
Na mídia estatal chinesa, a cobertura noticiosa da insurreição foi limitada, em contraste com a cobertura aprofundada da maioria da mídia ocidental. A agência estatal de notícias “Xinhua” publicou um relatório sobre o discurso de Putin e disse que cidades como Moscou colocaram medidas antiterroristas em ação.
Entre os chineses comuns, “muitas pessoas temem que a posição política de Putin não seja estável e que a turbulência política na Rússia possa afetar a China”, disse Wang Yiwei, professor de relações internacionais da Universidade Renmin da China.
Fonte: Valor Econômico

