Por Valor — São Paulo
19/06/2023 10h41 Atualizado há 5 horas
Uma proposta de última hora para criar subsídios para usinas de eletricidade a carvão no novo mercado de energia da União Europeia (UE) travou as negociações sobre o tema que estão acontecendo nesta segunda-feira (19), quando ministro de energia do bloco se reúnem em Bruxelas para estabelecer as bases para a reforma do mercado de eletricidade da região.
A proposta foi feita pela Polônia, que gera cerca de 70% da energia usada no país através da queima de carvão, e foi aceita pela Suécia, que está na presidência rotativa da UE.
Caso seja aceita, a medida proposta por Varsóvia permitiria que as usinas de carvão recebessem apoio do Estado para fornecer um fluxo constante de energia quando outras formas de energia não estivessem disponíveis – uma medida que criticada por vários ministros.
A proposta seria aplicada apenas a geradores de combustível fóssil que estavam em operação antes de julho de 2019 e os limites de emissões não devem ser violados por mais de um ano.
O assunto criou um racha entre os ministros presentes na reunião em Bruxelas. A ministra de Energia de Luxemburgo, Claude Turmes, disse que a medida é surpreendente e disse que ela pode afetar toda a política climática da UE. A ministra de Energia da Bélgica, Tinne Van der Straeten, seguiu a mesma linha e disse que a proposta não pode avançar.
Robert Habeck, ministro da Energia da Alemanha, disse ao “Financial Times” (FT) que a ideia polonesa era “errada [e] incompatível com as metas de proteção climática da União Europeia”.
Já a ministra para Transição Ecológica da Espanha, Teresa Ribera, disse que é preciso dar a Polônia um “conforto” diante da dependência do país de fontes sujas de energia.
Fonte: Valor Econômico