Por Dow Jones — Washington
17/10/2023 22h34 Atualizado há 10 horas
O regime autoritário da Venezuela e os líderes da oposição concordaram, nesta terça-feira (17), em realizar eleições presidenciais em 2024, o que pode levar os Estados Unidos a aliviar ainda mais as sanções e permitir que mais empresas de petróleo e gás operem no país sul-americano.
O acordo assinado na reunião em Barbados determina que as eleições ocorram no segundo semestre do ano que vem. O encontro teve a presença de mediadores da Noruega e enviados dos EUA, Europa e países latino-americanos.
Além disso, o acordo permite que observadores eleitorais internacionais monitorem a votação. Ficou decidido que a proibição feita a alguns candidatos da oposição de participar da eleição será anulada.
Entre os políticos banidos estão Leopoldo López, que esteve preso na Venezuela durante anos e agora está exilado em Washington, e María Corina Machado, uma conservadora que lidera as pesquisas antes das primárias da oposição de domingo (22), para escolher um candidato para desafiar o chavismo nas eleições do próximo ano.
“É um passo na direção correta”, disse o principal negociador da oposição, Gerardo Blyde, aos repórteres em Barbados. “Isto estabelece um caminho para desenvolver um processo eleitoral com garantias concretas e alcançar uma mudança política”.
O acordo desta terça foi concluído após meses de negociações entre os governos de Joe Biden e Nicolás Maduro, nas quais os EUA tentaram persuadir o regime a permitir mudanças democráticas em troca do relaxamento das sanções que a administração de Donald Trump impôs contra o setor de petróleo em 2019.
Autoridades americanas disseram que a estabilidade da situação política e humanitária na Venezuela é essencial para aliviar o grande fluxo de migrantes que fogem do país sul-americano em razão da crise econômica e da opressão do regime.
Permitir que mais petróleo e gás fluam das reservas da Venezuela poderia ajudar a reduzir os preços da energia nos EUA e na Europa, ao mesmo tempo que atenua parte da turbulência nos mercados desencadeada pelas guerras na Ucrânia e em Gaza, dizem analistas e defensores das principais empresas petrolíferas.
Fonte: Valor Econômico

