As ações preferenciais (PN) da Raízen fecharam o pregão da B3, nesta segunda-feira (18), com alta de 10,58%, cotadas a R$ 1,15, na esteira de informações do jornal “O Globo”, segundo as quais a Petrobras estuda a possibilidade de investir na empresa. Na semana passada, o Valor informou que a Raízen poderá ter um novo sócio, com posição minoritária e recursos que reforcem sua liquidez.
A empresa, joint venture entre a Cosan e a petroleira anglo-holandesa Shell, tinha, em junho, dívida líquida de mais de R$ 49 bilhões. A Petrobras também fechou em alta ontem, com as ações ordinárias subindo 0,55%, a R$ 32,78, enquanto as PN terminaram a R$ 30,36, ganho de 0,63%.
A Petrobras tem manifestado publicamente o interesse de voltar ao mercado de etanol. Fontes próximas à empresa dizem que a estatal estaria mais inclinada a investir no etanol a partir do milho, cujo mercado vem crescendo no Brasil nos últimos anos. É neste segmento que haveria mais oportunidades de negócios, dizem as fontes.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, tem reiterado publicamente que a estatal prioriza “a molécula em vez do elétron”. Significa que a companhia vai concentrar as atenções em combustíveis renováveis, como o retorno ao etanol e a produção de diesel verde, coprocessado nas refinarias, em vez da geração de energia elétrica renovável.
A empresa também sinaliza a volta à distribuição de combustíveis, setor do qual saiu após a privatização da BR Distribuidora (atual Vibra). A companhia diz que, com a privatização, perdeu acesso ao consumidor final e que uma opção passou a ser a negociação direta de derivados com grandes clientes.
Outro alvo da Petrobras é o gás liquefeito de petróleo (GLP). Ontem, Chambriard disse que a margem do GLP é “enorme”, quando se considera o preço de venda da companhia e o praticado pelo mercado. “Gostamos de margens altas”, disse a executiva, em entrevista à Agência Eixos.
Procuradas, Raízen, Cosan e Shell informaram que não comentariam o tema. Em comunicado, a Petrobras disse que “não há qualquer projeto ou estudo de investimento em etanol ou distribuição com a Raízen”.
Fonte: Valor Econômico

