A companhia divulgou os resultados do primeiro trimestre na última sexta-feira (26)
Por Valor Investe — Rio
As ações da Hypera (HYPE3) operam em alta consistente nesta segunda-feira (29), com investidores repercutindo os resultados do balanço reportado pela empresa no primeiro trimestre deste ano. Por volta de 13h50, os papéis avançavam 6,09%, a R$ 30,29.
A farmacêutica registrou lucro líquido de R$ 392,2 milhões no período, alta de 15,9% na comparação com o mesmo intervalo de 2023. Ainda, na mesma base comparativa, a receita líquida somou R$ 1,83 bilhões, o que representa um avanço de 7,6%.
Conforme informou a companhia, o aumento na receita líquida foi impulsionado pelo crescimento de vendas ao consumidor final (sell out) no varejo farmacêutico, resultado do desempenho positivo em setores como skincare e produtos de prescrição e similares.
Confira, abaixo, as análises de especialistas sobre os números reportados pela companhia e o que esperar das ações da Hypera daqui em diante.
Citi
O crescimento nas vendas da Hypera no primeiro trimestre veio abaixo da média do mercado, mas bom desempenho de margens no período fez com que o lucro superasse estimativas, diz o Citi.
Os analistas Leandro Bastos e Renan Prata escrevem que o lucro de R$ 392,2 milhões ficou cerca de 5% além do esperado por conta de um bom crescimento na margem Ebitda em meio ao controle de despesas da empresa.
No entanto, as vendas, apesar de terem ficado em linha com as projeções, com crescimento orgânico de 7,1%, ficaram em torno de 221 pontos-base abaixo da média do mercado, afirma o banco.
“As vendas orgânicas continuam a ficar abaixo do setor, com pressões na margem bruta sendo compensadas por maior controle de despesas”, comentam. As piores condições de capital de giro reduzem a capacidade da Hypera de diminuir sua alavancagem.
O Citi tem recomendação neutra para Hypera, com preço-alvo em R$ 31.
Os resultados da Hypera no primeiro trimestre superaram levemente as expectativas para o período, mas as vendas se mantiveram com crescimento abaixo da média do setor, diz o Bradesco BBI.
Os analistas Marcio Osako e Caio Rocha escrevem que o lucro ajustado de R$ 389 milhões ficou 5% acima de suas estimativas por conta de melhores resultados financeiros e expansão de margens.
As vendas cresceram 7,6% no ano, também superando em torno de 2% as projeções, mas o mix foi ruim e manteve esse desempenho abaixo do setor como um todo. O destaque positivo foi a volta no crescimento nas vendas de remédios para a gripe.
Um ponto positivo foi o crescimento no ciclo de conversão de caixa, subindo para 56% das receitas, em parte por conta de um aumento nos recebíveis da companhia para 10 dias.
O Bradesco BBI tem recomendação neutra para Hypera, com preço-alvo em R$ 35.
XP
Os analistas Rafael Barros e Raphael Elage escrevem que as receitas cresceram 7,6% no ano, acima do esperado, mas ainda assim abaixo do desempenho do mercado por conta do mix de produtos.
O lucro de R$ 392 milhões foi positivo, favorecido pelo aumento das margens em meio à economia de despesas. No entanto, foi parcialmente consumido pelas despesas financeiras líquidas em meio à alavancagem ainda elevada.
A geração de caixa foi um ponto positivo, destaca a corretora, mas o capital de giro líquido aumentou e encerrou o trimestre em 56% das receitas, uma vez que o aumento dos dias de recebíveis mais do que compensaram a redução do ciclo de estoques.
A XP tem recomendação neutra para Hypera, com preço-alvo em R$ 41,10.
Goldman Sachs
O crescimento da receita da Hypera Pharma de 7,6% no primeiro trimestre em base anual superou a projeção de alta de 6%, mas o capital de giro permaneceu fraco, com melhores níveis de estoque compensados por uma dinâmica mais desafiadora de recebíveis, diz o Goldman Sachs.
Os analistas Gustavo Miele e Emerson Vieira escrevem, em relatório, que as vendas foram impulsionadas pela categoria de medicamentos para curto prazo, como para gripe, dor e febre, que cresceu 2% em base anual, abaixo do crescimento do mercado de varejo farmacêutico de 9,3%, mas representando uma recuperação após queda de 3% ante o ano anterior em 2023.
Para o segundo trimestre, a previsão é de uma desaceleração no crescimento anual da receita, dizem os analistas. Segundo eles, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 9% em base anual e superou a projeção e alta de 3%, com melhor receita e melhores margens. Eles destacaram a diluição nas despesas com consultas médicas e com publicidade.
O Goldman Sachs tem recomendação de compra para Hypera, com preço-alvo de R$ 39.
Fonte: Valor Investe