“Parece uma decisão óbvia” ter posições na renda fixa soberana do Brasil com os níveis atuais das taxas de juros. A avaliação é defendida por Mike Riddell, chefe de gestão das estratégias de renda fixa da Fidelity International.
“A taxa de juros definida pelo Banco Central no Brasil está, agora, em 15%, o cenário econômico é sólido e a inflação está em torno de 5%. Carregar títulos soberanos brasileiros nesses níveis de juros reais parece uma decisão óbvia.”
Com cerca de US$ 1 trilhão em ativos, a Fidelity aposta que, no próximo ano, várias tendências que dominaram 2025 devem se aprofundar, e uma delas será a dívida de mercados emergentes em moeda local.
“Com os ‘valuations’ em níveis de crise em muitas moedas emergentes e um governo dos Estados Unidos empenhado em enfraquecer o dólar no discurso, vejo um argumento muito forte para olhar para economias emergentes onde os juros ainda estão elevados e há espaço adicional para valorização cambial”, diz Riddell. E esse, para ele, é o caso do Brasil.
“Do lado da demanda, há algum tempo não vemos condições de mercado tão favoráveis, e muitos investidores ainda estão compreensivelmente marcados pelo fraco desempenho dos títulos de mercados emergentes na última década. Assim, embora o tema ‘mercados emergentes’ tenha sido discutido o ano inteiro, o dinheiro, em volume, ainda não chegou”, enfatiza.
E é isso, segundo ele, que cria um ambiente para que, em 2026, haja uma alocação mais robusta de recursos na dívida de mercados emergentes, diante do bom desempenho observado ao longo deste ano e da continuidade de preços baratos em diversas regiões.
Fonte: Valor Econômico
