11 Apr 2024
A 3G Capital – dos bilionários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira –, teria vendido a sua participação acionária na empresa de consumo americana Kraft Heinz, segundo informações da rede americana CNBC. Quase nove anos depois de amarrar a fusão entre a Kraft Foods e a Heinz, com o apoio e presença acionária do megainvestidor Warren Buffett, a holding de investimentos dos brasileiros vendeu, sem alarde, ao longo do quarto trimestre do ano passado, a participação de 16,1% que tinha da gigante de alimentos.
Depois de conseguir aprovar a formação da Kraft Heinz, a 3G assumiu a gestão da empresa resultante da fusão, e levou a sua cultura baseada em economia de custos, eficiência operacional e metas agressivas de resultados, bem-sucedida em empresas como a Ambev e o Banco Garantia.
Nos últimos anos, a influência brasileira foi diminuindo na Kraft Heinz e, em julho de 2022, já não havia representantes da 3G no conselho de administração da empresa. O grupo Berkshire Hathaway, de Buffett, no entanto, permanece no negócio, como principal acionista, com fatia de 26,8%.
A estratégia inicial com a fusão, apoiada por Buffett, era dar um choque de gestão na empresa. O bilionário americano conhecia os métodos de gestão do 3G, que foram levados ao mercado americano com a série de aquisições e fusões promovidas no mercado de cervejas para a criação da Anheuser-Busch InBev.
A 3G também havia assumido o comando da rede Burger King, dando origem a uma divisão de cadeias de alimentação fora de casa entre os seus investimentos. A gestão da Kraft Heinz parecia o caminho natural para a conquista do mercado de consumo americano.
Mas o sucesso anterior não se repetiu no novo negócio. Num primeiro momento, os cortes de custos deram resultados, sob o comando de Bernardo Hees, executivo de confiança dos brasileiros. Ele já havia presidido a América Latina Logística (ALL) e o Burger King.
Procurada, a assessoria da 3G não retornou até a noite de ontem. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

