‘Brasil é a Disneylândia para a indústria farmacêutica’, diz presidente da ANS
Medicamentos levavam dois anos para entrar no rol obrigatório dos planos de saúde, e agora, aprovação é feita mensalmente; sindicato da indústria de produtos farmacêuticos, o Sindusfarma rebate as críticas
Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), reclamou da fala do presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Rebello, de que o Brasil é a Disneylândia para a indústria farmacêutica, tendo em vista que medicamentos aceitos no SUS são automaticamente aprovados para serem incorporados na rede privada. Ou seja, as operadoras de planos de saúde são obrigadas a fornecer pelo preço cheio.
“O fato é que as despesas dos planos de saúde com medicamentos são menores do que os recursos desperdiçados com fraudes, como é do conhecimento do senhor presidente da ANS. Comparada a países que têm sistemas de saúde parecidos, a saúde suplementar no Brasil ainda está muito atrasada, tanto na incorporação de novas tecnologias quanto na gestão dos serviços prestados. A fala do presidente da ANS é um desserviço para a saúde brasileira, porque deixa transparecer que ele coloca os direitos dos usuários em segundo plano. Uma retórica descabida e totalmente fora da realidade, que nunca poderia ser dita pelo diretor presidente de uma agência regulatória, que não deve ter lado”, informou por comunicado, o presidente do Sindusfarma.
Após a manifestação da Sindusfarma, a ANS informou que a fala de seu diretor-presidente foi sobre a facilidade que existe, hoje, no país, para que medicamentos de alto custo e, muitas vezes, sem comprovação científica sejam cobertos pelos planos de saúde.