Lista reúne países que mais exportaram medicamentos em 2023

A cada ano, a lógica do mercado consistia em ver os Estados Unidos entre os 10 países que mais exportaram medicamentos. Mas o gigante da indústria farmacêutica perdeu o posto para um líder inédito.

Com US$ 572 milhões (R$ 2,89 bilhões) em remédios vendidos para o mercado externo, o Nepal vem se consolidando como um celeiro do setor. A nação do Himalaia é uma fonte diversificada de fármacos baseados nos princípios da medicina ayurveda, tanto que conta com 73 fábricas especializadas.

A diversidade de condições climáticas amplia o leque de soluções farmacêuticas disponíveis no país. Mas a mão do Estado vem sendo o fator mais determinante para potencializar essa produção industrial.

O governo nepalês incorporou os medicamentos a uma política de Estado. Como primeira iniciativa, decidiu explorar a proximidade estratégica com a China e a Índia para obter IFAs importados sem custos elevados com o deslocamento da matéria-prima.

Com a garantia de insumos baratos, o Nepal pode concentrar mais recursos financeiros na NPRDU, universidade pública inteiramente dedicada à pesquisa e desenvolvimento farmacêutico. O resultado é a existência de mais de 130 laboratórios nacionais e outras 30 já estão em processo de obtenção de licenças.

Farmacêutica chinesa cria biossimilar do Ozempic

A farmacêutica chinesa Hangzhou Jiuyuan Gene Engineering desenvolveu o primeiro biossimilar do Ozempic (semaglutida), medicamento para diabetes da Novo Nordisk. O laboratório submeteu às autoridades o pedido de aprovação para a comercialização do medicamento no país. As informações são da Reuters.

A empresa destaca que “é a primeira semaglutida biossimilar nacional a ser submetida para comercialização”, e possivelmente do mundo, já que as patentes do Ozempic ainda estão vigentes.

Na China, a patente da semaglutida acaba apenas em 2026, o que significa que, mesmo se aprovado, o biossimilar não poderia ser vendido neste ou no próximo ano.

No entanto, há uma briga judicial no país, iniciada pela Jiuyuan Gene, para tornar a patente da Novo Nordisk inválida, o que abriria caminho para a comercialização imediata do medicamento.

De acordo com a mídia local, a patente chegou a ser considerada inválida em 2022 pelas autoridades chineses, porém a farmacêutica dinamarquesa recorreu da decisão. O processo ainda está em andamento.

No comunicado, a farmacêutica chinesa não menciona a questão da propriedade sobre a molécula, mas já destaca planos de levar o biossimilar a outros países. Diz que vai “se esforçar para levar biossimilares de semaglutida a muitos pacientes necessitados na China o mais rápido possível “ao mesmo tempo em que “realizará ativamente pedidos de registro no exterior”.

Medicamentos inovadores unem Anvisa e startups

Medicamentos inovadores biológicos, fitoterápicos e sintéticos estão na alça de mira da Anvisa. A agência anunciou na última terça-feira, dia 9, um edital de convocação para apoiar startups com atuação na área. As informações são da Agência Brasil.

Por meio de nota, o órgão regulador apontou que a iniciativa é uma forma de fomentar a inovação no mercado de saúde brasileiro. E a solução ficará em casa mesmo, uma vez que o edital foca nas empresas nacionais.
O projeto-piloto de avaliação regulatória escolherá três medicamentos inovadores, um de cada tipo anteriormente citado.

“O objetivo primário é apoiar essas empresas na navegação pelo regramento sanitário desde as fases iniciais de desenvolvimento dos produtos”, explica a Anvisa.

Entre os critérios detalhados no edital para a candidatura, estão pontos referentes ao desenvolvimento do remédio, a capacidade da startup, além de o fármaco ser utilizado no combate de doenças com impacto significativo na sociedade.

Nova fábrica da Hemobrás reforça debate sobre insumos farmacêuticos

A nova fábrica da Hemobrás, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia, inaugurada no último dia 4, reforçou um antigo debate: a autossuficiência nacional quando o assunto são os insumos farmacêuticos. As informações são do Corrreio Braziliense.

Apesar de acreditarem no potencial da indústria farmacêutica, os especialistas ressaltam o tamanho do desafio para atender a 100% da demanda local. Atualmente, apenas 5% desse total vem daqui, segundo a Abiquifi.

De acordo com o secretário de ciência, tecnologia, inovação e insumos estratégicos do ministério da Saúde, Carlos Gadelha, os gastos com importação cresceram durante a pandemia e não retornaram ao registrado anteriormente.

“Só na pandemia, as importações aumentaram em US$ 5 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões). Estamos importando um patamar de US$ 23 a 25 bilhões (entre R$ 115 e R$ 125 bilhões) por ano”, afirma.

Projeto restringe uso de dados médicos por farmácias

O uso dos dados médicos referentes aos profissionais prescritores é o foco do Projeto de Lei (PL) 330/24.

O texto prevê que farmácias e farmacêuticos não poderão usar os dados presentes em receitas, pedidos de exames e laudos sem o consentimento dos médicos, que poderá ser concedido no próprio documento. As informações são da Câmara dos Deputados.

O PL em análise na casa equipara esses dados aos relativos aos do paciente, que já são de uso restrito com base no consentimento.

Segundo Gilberto Abramo, do Republicanos-MG e autor do projeto, as farmacêuticas se utilizam dessas informações para fazer propaganda médica.

Para ele, com o consentimento, “não há impedimento à livre iniciativa ou uma burocratização e aumento de ineficiência nos processos”, argumenta. Tramitando em caráter conclusivo, o projeto ainda será analisado nas comissões de Saúde, Constituição e Justiça e Cidadania.