Medicamentos podem faturar US$ 500 bi até 2027

Levantamento da IQVIA revela que o mercado de medicamentos deve acumular receitas de US$ 500 bilhões até 2027 e os gastos com a compra de medicamentos dos fabricantes devem chegar a US$ 1,9 trilhão, com aumento a uma taxa de 3% a 6% ao ano.

O estudo O uso global de medicamentos 2023 também mostra que a demanda por medicamentos inovadores elevará os gastos, especialmente com oncologia, para aproximadamente US$ 370 bilhões em cinco anos. Segundo a IQVIA, esse valor representa quase o dobro do nível atual de gastos nesse segmento.

No Brasil, segundo informações divulgadas pela Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácia (Febrafar), o setor farmacêutico teve um crescimento de 12% em 2022 e estima uma projeção de mais 11,5% de crescimento para 2023. A fonte do levantamento da entidade também é a IQVIA.

GSK minimizou riscos do Zantac, aponta relatório

A GSK vem convivendo com uma enxurrada de ações judiciais associando o consumo do Zantac, medicamento contra azia, a casos de câncer. A farmacêutica argumenta que não evidências consistentes ou confiáveis, mas um novo relatório da Bloomberg Businessweek diz que os próprios cientistas da companhia sabem há muito tempo sobre os perigos do remédio.

Segundo informações da Fierce Pharma, a publicação relatou que, ao longo de várias décadas, a GSK foi alertada por seus próprios cientistas e pesquisadores independentes sobre uma possível impureza causadora de câncer. A FDA considerou os riscos quando revisou o medicamento, mas a agência finalmente aprovou o Zantac, ou ranitidina, em 1983.

Ao longo dos anos, a GSK apoiou “pesquisas falhas” destinadas a minimizar os riscos e optou por não fazer alterações em sua cadeia de suprimentos ou procedimentos de armazenamento que pudessem mitigar o problema, relata a Businessweek. A equipe revisou “milhares de páginas”, incluindo processos judiciais e estudos, para relatar a história.

Clean beauty nasce nas marcas indie e chega ao mainstream

O crescimento vem no embalo do maior interesse em produtos de beleza considerados limpos –daí o termo em inglês clean beauty– e também pela compra da Simple pela Hypera Pharma, no fim de 2020, que deu a ela mais fôlego e capacidade de gestão.

Para quem ainda não foi apresentado ao universo dos cosméticos naturais, vale lembrar: uma fórmula limpa ou ligada ao clean beauty, em geral quer dizer que o produto é livre de sulfatos, silicone, parabenos e corantes. Em geral, são livres de testes em animais, mas nem sempre são veganos.

Caso de parentesco na Anvisa entra no debate da autonomia nas agências

O parentesco entre o diretor da Anvisa Daniel Meirelles e seu irmão, Thiago Meirelles, que assumiu o comando da PróGenéricos (entidade da indústria de genéricos) neste ano, entrou na discussão sobre a autonomia das agências reguladoras.

Depois que um grupo de 30 associações privadas do setor de saúde, incluindo a PróGenéricos, lançou um manifesto contra a emenda apresentada neste mês pelo deputado federal Danilo Forte (União-CE) à medida provisória 1.154, dizendo que ela pode prejudicar a independência das agências reguladores, o parlamentar reagiu.

Nas redes sociais, nesta semana, Forte citou reportagem sobre o caso dos irmãos na Anvisa e disse que as agências reguladoras precisam de supervisão externa. “Sua autonomia deve ser mantida e seus conselheiros devem ter independência, mas tudo isso deve servir aos interesses da população e não das empresas reguladas”, escreveu o deputado.

“É contra este tipo de abuso que lutamos”, completou ele, em referência à ligação entre Daniel e Thiago, que vem gerando questionamentos sobre possíveis conflitos de interesses nas decisões da agência.