Por Letícia Simionato, Valor — São Paulo
03/07/2023 07h44 Atualizado há uma hora
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da zona do euro recuou para 43,4 em junho, de 44,8 em maio, segundo informou a S&P Global e o Hamburg Commercial Bank. Esta é a pior deterioração na saúde do setor produtor de bens da área do euro desde maio de 2020. Além disso, o indicador ficou ligeiramente abaixo do consenso projetado por economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de 43,6.
O nível abaixo de 50 mostra que o indicador está em território de contração, o que acontece pelo décimo segundo mês consecutivo.
“Há evidências crescentes de que o setor industrial de capital intensivo está reagindo negativamente aos aumentos das taxas de juros do Banco Central Europeu (BCE). As empresas pesquisadas reduziram seu número de funcionários pela primeira vez desde janeiro de 2021, e a atividade de compras caiu em uma das piores taxas já registradas. A desaceleração é visível geograficamente em todos os setores, já que os quatro maiores países da zona do euro permaneceram em contração em junho. Em termos de novas encomendas, a fraqueza da procura é mais pronunciada na Alemanha, seguida de Itália e da França”, comenta Cyrus de la Rubia, economista do Hamburg Commercial Bank. O relatório completo está disponível aqui.
Alemanha
Na Alemanha, o PMI industrial recuou para 40,6 em junho de 43,2 em maio, segundo informou a S&P Global e o Hamburg Commercial Bank. Esta é a leitura mais baixa em mais de três anos. Além disso, o indicador ficou abaixo do consenso projetado por economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de 41.
“No geral, os dados do PMI da indústria mostram que uma recessão neste setor tornou-se muito mais provável. No entanto, os sinais ainda apontam mais para uma leve desaceleração e, portanto, os resultados da pesquisa não sugerem pânico entre as empresas. As condições no setor manufatureiro sem dúvida pioraram, mas isso não é um crash e podemos não ver nada parecido. O PMI para o setor manufatureiro mostra que a demanda por bens industriais está caindo acentuadamente e a produção está diminuindo significativamente, especialmente para bens intermediários e de consumo e, pela primeira vez em cinco meses, para bens de capital”, comenta Cyrus de la Rubia , economista do Hamburg Commercial Bank. O relatório completo está disponível aqui.
França
O PMI industrial da França subiu para 46 em junho de 45,7 em maio, segundo informou a S&P Global e o Hamburg Commercial Bank. O indicador ficou acima do consenso projetado por economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de 45,5.
Segundo relatório da S&P Global e do Hamburg Commercial Bank, o indicador está em território de contração, abaixo de 50, desde fevereiro.
“Pelo quinto mês consecutivo, as coisas não parecem boas para o setor manufatureiro na França. A produção continua em declínio, os novos pedidos internos e externos estão caindo e as expectativas de negócios também se deterioraram significativamente”, comenta Norman Liebke, economista do Hamburg Commercial Bank. O relatório completo está disponível aqui.
Reino Unido
No Reino Unido, o PMI industrial do Reino Unido recuou para 46,5 em junho, de 47,1 em maio, segundo informou a S&P Global e a CIPS. Este é o menor nível em seis meses. Por outro lado, o indicador ficou ligeiramente acima do consenso projetado por economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de 46,2.
“O setor manufatureiro do Reino Unido continuou a relatar condições de recessão em junho. Produtores estão sendo atingidos por condições fracas do mercado doméstico e de exportação com clientes mostrando uma maior relutância em comprometer-se a gastar devido à incerteza do mercado, aumento da concorrência e custos elevados. Isso também está afetando o otimismo dos negócios e alimentando o medo de alguns fabricantes, que permanecem em modo de defesa, procurando reduzir gastos com compras e emprego onde quer que seja possível e liberar capital empatado em estoques”, comenta Rob Dobson,diretor na S&P Global Market Intelligence. O relatório completo está disponível aqui.
Fonte: Valor Econômico
