O presidente da distrital de Nova York do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), John Williams, sugeriu que uma redução nas taxas de juros nos Estados Unidos pode ser justificada nos próximos meses, embora não na reunião deste mês, caso a recente queda da inflação tenha continuidade. Juntamente com os sinais de que as condições no mercado de trabalho americano estão arrefecendo gradualmente, o dirigente apontou que os dados de inflação dos últimos três meses estão “nos aproximando da tendência desinflacionária que procuramos”.
Na avaliação de Williams, dados que incluem o índice de preços ao consumidor (CPI) de junho, divulgado na semana passada, mostram “um amplo declínio na inflação”. O dirigente rejeitou preocupações de que levar a inflação de volta à meta de 2% seria um trabalho mais difícil do que aquele que levou a inflação a sair de 7% para o nível atual, de cerca de 2,5%. “Não é, realmente, uma história sobre uma ‘última milha’ ou alguma parte particularmente complicada”, afirmou. Para ele, diferentes medidas de inflação estão “todas se movendo na direção correta e fazendo isso de forma bastante consistente.”
Nesse sentido, Williams disse, ainda, que, mesmo se e quando o Fed começar a cortar os juros, as taxas permanecerão em um campo restritivo para a atividade econômica. “A postura restritiva que temos em vigor é apropriada. Penso que, em algum momento, teremos pela frente uma reunião para decidir reduzir as taxas de juros de uma forma que diminua o quão restritiva é a política, mas não para sair de uma postura restritiva.”
Williams disse ainda que, embora o mercado de trabalho não esteja fraco, o processo para equilibrar melhor a oferta e a demanda não é algo que “precisamos ver continuar para sempre, porque quando tivermos esse bom equilíbrio iremos querer manter isso”.
Apesar de um corte nos juros em setembro ser amplamente antecipado pelos investidores, a desinflação generalizada vista no CPI de junho levou alguns economistas a se questionarem se o Fed poderia começar a reduzir os juros já na reunião do fim deste mês. Para Williams, porém, o Fed poderá “aprender muito entre julho e setembro”.
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Fonte: Valor Econômico

